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Plutão

Mitocôndrias e Quasares

Quando este artigo for publicado já terá sido feito história na exploração espacial na medida em que a sonda New Horizon, propriedade da agência espacial americana, irá estar a apenas 13.695 quilómetros de Plutão. Apesar de ser um valor que à nossa escala apresenta uma dimensão significativa, um pouco maior que o diâmetro da Terra, à escala astronómica é um valor extremamente reduzido, como é facilmente comprovável pela gigantesca jornada espacial da New Horizon. Para atingir o objetivo proposto a New Horizon teve que percorrer cerca de cinco mil milhões de quilómetros durante cerca de nove anos.

Este empreendimento científico tem como foco principal a recolha de imagens que permitam cartografar a superfície do planeta. Aparentemente a recolha de imagens é uma tarefa relativamente simples, contudo não é isso que se verifica porque estamos a falar de um conjunto de instrumentos que precisam de ser ativos a determinadas distâncias do planeta, e como o tempo que demora a informação a chegar à sonda é de aproximadamente 4,5 horas, houve necessidade de realizar um calendário extremamente detalhado para que todas as tarefas sejam cumpridas religiosamente.

O planeta anão Plutão, antigamente considerado o último planeta do sistema solar, é muito mais pequeno que a nossa Lua. É predominantemente rochoso, mas a sua superfície está coberta de um manto de gelo, provavelmente de água, de espessura considerável, com alguma mistura de metano, azoto e algum monóxido de carbono. Plutão orbita o Sol numa região conhecida como cintura de Kuiper, onde se encontram igualmente outros corpos do tipo de Plutão – os chamados Plutónios.

Um grande ponto de interesse que resulta desta missão espacial não tripulado é a possibilidade de aprofundar conhecimento do interior do planeta. De certa maneira, esta zona interior de Plutão tem sido um mistério, o que não tem nada de surpreendente, visto ter sido o único planeta que não tinha sido visitado até à data. Contudo, a sua densidade basta para nos indicar que é composto em 70% de rocha e 30% de gelo. Esta composição é semelhante à do satélite Tritão, de Neptuno, que alguns astrónomos pensam constituir uma boa indicação do que será Plutão.

O nome deste astro é, por si só, uma história deveras interessante. Após a descoberta do planeta muitas sugestões foram apresentadas: Atlas, Zymal, Artemis, Perseus, Vulcan, Tantalus, Idana, Cronus. Mas os nomes não se ficam por aqui, até o prestigiado “New York Times” sugeriu o nome Minerva. Contudo, o nome de Plutão vem da mente de um criança ligada ao mundo académico através do avô, pai e tio-avô. O nome Plutão, sugerido por Venetia Burney, foi bem recebido porque para além de representar o Deus romano do mundo subterrâneo que se fazia invisível, que aludia às dificuldades em detetar este astro, também as duas primeiras letras PL eram as iniciais do astrónomo Percival Lowell que anos antes tinha previsto a existência de um astro que se acreditava ser Plutão. Deste modo, a sugestão de Venetia foi oficialmente aceite em 1 de maio de 1930.

Por: António Costa

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