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PLIE é uma «prioridade nacional»

Ministro da Economia considera que plataforma logística da Guarda pode ser um «exemplo» a seguir no país

O ministro da Economia garantiu na última quinta-feira que a Plataforma Logística de Iniciativa Empresarial (PLIE) da Guarda é uma «prioridade nacional» e para o demonstrar delegou na secretária de Estado da Indústria a responsabilidade de acompanhar e apoiar os próximos passos do projecto, no que concerne nomeadamente ao financiamento e à aceleração do processo de desafectação da área necessária da Reserva Ecológica Nacional (REN). Um reconhecimento transmitido por Carlos Tavares à comissão executiva da PLIE, que apresentou em Lisboa o Plano Base de Negócios. Maria do Rosário Simões Ventura é agora o «elo de ligação» entre os proponentes e o ministério da Economia.

Todas as dúvidas em relação à PLIE terão sido desfeitas nesta reunião em que estiveram presentes a autarquia da Guarda, que lidera o projecto, bem como os grupos parceiros Joalto, Luís Simões e Mota Engil. Todos, mais a secretária de Estado, deverão agora reencontrar-se em futuras reuniões sectoriais, a primeira das quais terá lugar em Coimbra na Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) para discutir quais as vertentes do Programa Operacional de Economia (POE) do Centro em que se poderá apoiar o projecto e solicitar a maior atenção para o “draft” de Plano de Pormenor para a área em causa na Quinta dos Coviais. O objectivo é encontrar as vias para a comparticipação pública necessária ao desenvolvimento da PLIE, estimada em 65 por cento do investimento inicial total do projecto, e elaborar uma calendarização para apresentação de candidaturas, as primeiras das quais deverão ser apresentadas em Novembro, explicou Álvaro Guerreiro, presidente do Conselho de Administração da sociedade promotora.

À procura de financiamento público

A plataforma entra agora na fase decisiva de assegurar os apoios para concretizar uma iniciativa empresarial que o ministro pretenderá apontar como «exemplo a nível nacional» para outros empreendimentos do género, revelou Guerreiro. Uma tomada de posição e um «empenhamento» de Carlos Tavares que deixou satisfeitos os elementos da comissão executiva, que aguardavam há quase um ano por esta reunião. Como ponto de partida, os promotores da PLIE têm disponíveis, para além do POE regional, os programas financeiros PRIME (Programa de Incentivos à Modernização da Economia) e da API Parque, aguardando-se, por outro lado, pelos fundos comunitários que podem ser elegíveis. É a segunda vez que a Plataforma Logística de Iniciativa Empresarial da Guarda é reconhecida como um investimento prioritário em Portugal, no que à valorização do potencial de competitividade e atractividade da região Centro no contexto nacional e internacional diz respeito. A primeira aconteceu em 2001 e ficou registada nas Grandes Opções do Plano do último Governo de António Guterres, que destacou a posição geo-estratégica da Guarda nos principais eixos rodoviários e ferroviários estruturantes da Beira Interior. Para além de beneficiar da futura duplicação do IP5, a cidade mais alta encontra-se ainda no cruzamento de um eixo estruturante de «elevada qualidade» rodoviária formado pela ligação IP2/IP6/IP5.

O Plano Base de Negócios da sociedade foi aprovado em Setembro último e assenta nesta fase inicial em 32 hectares com construção, divididos por 74 lotes, e um investimento previsto de mais de 8,6 milhões de euros, suportados em 65 por cento nos programas regionais de Economia. O projecto a instalar na Quinta dos Coviais, próximo da localidade da Gata, a poucos quilómetros da Guarda, já tem praticamente concluído o Plano de Pormenor, cabendo ao arquitecto Bruno Soares avançar com um estudo do loteamento dos primeiros 32 hectares da plataforma, nove dos quais irão destinar-se prioritariamente à implantação de projectos âncora na área logística. Já a sede da sociedade deverá ficar instalada edifício com pavilhão multiusos. Entretanto, com a aprovação final do Plano de Negócios, que só deverá acontecer com a conclusão do Plano de Pormenor e do estudo de Bruno Soares, estão também reunidas as condições para o aumento do capital social para perto de 1,5 milhões de euros e as formas de o fazer. O que no caso da Câmara da Guarda vai envolver o terreno da Quinta dos Coviais, cujo valor ronda os 536 mil euros e para o qual já encomendou o estudo de impacte ambiental. No resto, tudo indica que a estrutura accionista deverá ser reformulada, nomeadamente com a entrada de uma entidade financeira e com “know-how” neste sector, para além do interesse já manifestado do Conselho Empresarial do Centro (CEC) e da Associação Portuguesa para o Investimento (API) em aderir ao projecto guardense.

Luis Martins

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