Dentro de um ano, a Universidade da Beira Interior (UBI) terá «medidas concretas» para desenvolver o turismo da Serra da Estrela. Esta é a aposta da equipa liderada por Pedro Guedes de Carvalho, docente do Departamento de Gestão e Economia da UBI, que pretende criar uma imagem de marca da Serra da Estrela de forma sustentada em toda a região envolvente.
O projecto, apresentado numa tertúlia organizada pela Juventude Social Democrata (JSD) da Covilhã na passada semana, é apoiado pelos dez municípios da corda da serra e pela Acção Integrada de Base Territorial (AIBT) e tem como objectivo a criação em conjunto de um plano turístico que defina o «investimento ideal» para a promoção de todas as potencialidades da região serrana. «Há projectos turísticos interessantes», como as rotas turísticas, o campo de golfe ou o esqui, mas que «não estão coordenados, está cada um a fazer por si», aponta Pedro Guedes de Carvalho. «E se assim for, não podemos vender», reforça o economista, para quem a própria marca “Serra da Estrela” é já uma garantia. E à semelhança do cão, do queijo e da água, que «já têm a marca da Serra da Estrela», falta agora definir os produtos e os projectos que também poderão integrar essa “etiqueta”. As Aldeias Históricas, a natureza, os desportos de Inverno e de Verão ou a gastronomia da região são pontos de partida para um projecto turístico sustentado e regulamentado por uma entidade que agregue, por exemplo, as funções da Região de Turismo da Serra da Estrela (RTSE) ou do Parque Natural da Serra da Estrela (PNSE) numa só estrutura. Este é o primeiro passo de uma iniciativa em curso há cerca de um ano no âmbito da AIBT da Serra da Estrela, mas que não tinha ido avante por «falta de acordo com as Câmaras Municipais». Após Daniel Bessa ter referido no Programa de Recuperação de Áreas e Sectores Deprimidos (PRASD) a necessidade de apostar na marca da Serra da Estrela para potenciar o turismo e, assim, desenvolver a economia da região, a Câmara de Manteigas decidiu «pegar outra vez no assunto» e convidar a UBI para o coordenar. É que o turismo pode ser mesmo a «âncora» de salvação para esta zona, social e economicamente «deprimida» após a crise que atirou para o desemprego milhares de trabalhadores do sector têxtil. O importante é tirar partido das vantagens da região e potenciar novos investimentos, como um parque de esqui de relva, para atrair novos públicos e arranjar novos mercados. «As pessoas do Japão, dos EUA e da China têm apetência para este tipo de turismo. Se conseguirmos vender a nossa marca, poderemos atrai-los para cá», conclui o responsável pelo estudo. A auscultação de todos os intervenientes interessados no desenvolvimento turístico, quer sejam colectividades, partidos políticos, entidades públicas ou privadas, é o passo que se segue na busca de propostas.
Liliana Correia
