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PJ precisa mais inspectores para investigação criminal

Departamento de Investigação Criminal comemorou 25 anos na Guarda

O coordenador da Polícia Judiciária da Guarda pede mais efectivos para o Departamento de Investigação Criminal (DIC). À margem das comemorações dos 25 anos da PJ na cidade, Mário Bento admitiu aos jornalistas que «a melhor prenda» nesta efeméride seria a vinda de mais inspectores. Alípio Ribeiro, director nacional, ouviu e prometeu resolver o caso, lá para o final do ano.

«Três ou quatro bastavam para compensar e equilibrar algumas áreas», disse, revelando que, neste momento, as maiores necessidades da PJ da Guarda verificam-se sobretudo na criminalidade económica, um sector em que a polícia está a investir. «Estamos bem em relação ao resto, o que precisamos é mais pessoal, porque sofremos um corte de 12 por cento de efectivos desde Novembro do ano passado, que se faz mais sentir na área da investigação criminal», adiantou aquele responsável. Actualmente, há 23 inspectores e mais 45 funcionários adstritos ao laboratório, apoio técnico, segurança e secretaria. Mário Bento considerou ainda que o orçamento do Departamento é «limitado, mas tem que ser gerido com a maior racionalidade». De resto, já no discurso, o coordenador avisou que devido às auto-estradas, «a vulnerabilidade da Guarda e da região a acções criminais aumentou substancialmente».

Já o director nacional da PJ anunciou que o DIC vai ter novos inspectores, mas só no final do ano, quando terminar um curso que arranca este mês com 150 candidatos. Quanto à continuidade da Judiciária na cidade, ela nunca esteve em causa, até porque «é uma exigência da distribuição geográfica da própria polícia», garantiu Alípio Ribeiro. «A Guarda é um dos pólo de dinamização da PJ, que tem cumprido e, no futuro, será até uma estrutura para ganhar maior dinamismo se pudermos aumentá-la e dotá-la de mais pessoal», especificou. Contudo, o assunto do dia era a sua proposta de mudança de tutela da Judiciária: «É apenas uma reflexão teórica, mas creio que estamos num momento em que é importante reflectirmos em voz alta», afirmou.

Para o director nacional, é preciso «pensar o problema da tutela da PJ no âmbito dos novos enquadramentos legais e, dentro desse prisma, precisamos pensar estas coisas e de ir falando nelas, independentemente das concretizações serem hoje, amanhã ou de nunca virem a concretizar-se». Em entrevista, publicada na passada segunda-feira no “Diário Económico”, Alípio Ribeiro foi mais específico e sugeriu a mudança de tutela da PJ do Ministério da Justiça para o da Administração Interna ou para um novo Ministério do Interior. Uma proposta que caiu muito mal nos meios judicial e de investigação criminal. Na terça-feira, tudo se precipitou e a tutela confirmou a saída do magistrado, quase um ano antes de o mandato terminar (Abril de 2009). Para o seu lugar foi nomeado Almeida Rodrigues, actual subdirector nacional adjunto na Directoria de Coimbra da PJ. Mudanças à parte, na cerimónia de segunda-feira [o aniversário do DIC foi dia 3] foram homenageados os primeiros elementos operacionais da sub-inspecção da PJ da Guarda.

Luis Martins

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