A ministra não veio, mas a primeira pedra foi lançada na mesma. Celeste Cardona, responsável pela pasta da Justiça no Governo de Durão Barroso, não pode estar presente na cerimónia de lançamento da primeira pedra das novas instalações da Polícia Judiciária (PJ) da Guarda, sendo substituída pelo seu secretário de Estado Adjunto, Mota Campos. A obra orçada em mais de 2,2 milhões de euros (440 mil contos), localizada na Praceta Nuno de Montemor, no Bairro do Bonfim, já arrancaram e têm um prazo de execução de 211 dias, pelo que é possível que o edifício esteja pronto em Outubro, na data em que aquela força policial comemora o seu 58º aniversário.
Também presente na cerimónia esteve D. António dos Santos, Bispo da Guarda, que expressou o seu «apreço» pelos agentes que desempenham um «papel de sentinela» no combate à criminalidade. O secretário de Estado Adjunto da Ministra Justiça realçou que à melhoria das instalações vai corresponder o «reforço dos meios de actuação e de meios humanos», garantindo um aumento do quadro de efectivos da PJ da Guarda, embora ainda não seja conhecido o número exacto. «É inabalável a vontade do Governo em contribuir para o melhor apetrechamento da PJ a nível de infraestruturas, recursos humanos, tecnológicos e instrumentos legais que permitam e potenciem um desempenho verdadeiramente eficaz», garantiu. Nesse sentido, o Governo já abriu concursos para a colocação de 300 novos inspectores da PJ, que se juntam ao anterior desbloqueamento de mais 100 vagas e de outras 10 para peritos contabilísticos e financeiros. Mota Campos considera a PJ uma «instituição de referência», na qual os cidadãos «acreditam» porque lhes confere «maior tranquilidade e segurança», destaca.
Por isso, a construção das novas instalações da PJ da Guarda, «de características modernas e funcionais», visa propiciar melhores condições de trabalho e é uma «clara vontade de permanência nesta região» da PJ, com a «intenção de valorizar o interior do país que no trilho do desenvolvimento não pode deixar esquecidas as regiões mais periféricas». Os 17 investigadores do Departamento de Investigação da Guarda também não foram esquecidos, já que «apesar das vicissitudes» têm vindo a desempenhar um «extraordinário trabalho, em qualidade e eficiência», disse Mota Campos, recordando os «inúmeros e relevantes êxitos». Por seu turno, Maria do Carmo Borges, autarca da Guarda, também se mostrou satisfeita com o arranque dos trabalhos, afirmando que, perante as condições do actual edifício, «tem sido quase um acto heróico» os agentes desempenharem um trabalho que «tem dignificado a cidade».
Localizadas na Praceta Nuno de Montemor, as novas instalações da PJ da Guarda ocupam um terreno de três mil metros quadrados, podendo no futuro vir a oferecer facilidades de circulação e acessos rodoviários através dos futuros nós do Torrão e de Alfarazes, a construir pela Câmara da Guarda. O edifício vai ser desenvolvido em quatro pisos em estrutura de betão, dois dos quais ficarão acima da cota da praceta. Para amenizar a sua volumetria, o complexo, que ocupará uma área de 750 metros quadrados, vai ser rasgado horizontalmente por grandes vãos. Em complemento às áreas de investigação criminal, disporá ainda de zonas técnicas para o tiro, formação, cofres e de apoio lofoscópio, bem como de zonas sociais, incluindo restauração e de serviço. As instalações dispõem ainda de salas especiais de apoio à acção da Justiça no âmbito da investigação criminal, caso de salas de reconhecimentos e de audição. E se houver necessidade de aumentar o espaço no futuro, o último piso apresenta capacidade para ser ampliado.
Ricardo Cordeiro