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Pista medicalizada gera discussão na Assembleia Municipal da Guarda

Termos do contrato da autarquia com a Localvisão foi outro dos assuntos abordados na reunião onde foi aprovado um empréstimo de longo prazo

O modo de funcionamento da pista medicalizada do Parque Urbano do Rio Diz e as condições contratuais da Câmara da Guarda com a Localvisão foram dois dos assuntos em destaque no período de antes da ordem do dia da Assembleia Municipal realizada na última segunda-feira. Na reunião foi aprovado um empréstimo de longo prazo no valor de cerca de 980 mil euros para fazer face a projetos do QREN – Quadro de Referência Estratégico Nacional.

O líder da bancada social-democrata na Assembleia iniciou a sua intervenção, defendendo que a Guarda «está a definhar», que o concelho «tem o futuro hipotecado» e que «de vez em quando tentam vender-nos umas ilusões que quando questionadas respondem-nos do pedestal dizendo que o povo lhes deu a maioria». Uma «nova ilusão» para João Correia dá pelo nome de Centro e Pista Medicalizada, sendo que «quando [Joaquim Valente] aqui fez o anúncio perante esta assembleia quase que me convenceu e fiquei a pensar que iríamos ter uma coisa avançada» e «ter a noção exata de até onde cada um podia ir no nosso exercício físico». Contudo, sustenta, «ilusão criada, afinal limitaram-se a comprar uns aparelhos que existem em qualquer Centro de Saúde», bem como um desfibrilhador automático externo que «só pode ser manejado por quem estiver habilitado a fazê-lo e sob supervisão médica». O deputado, que também é médico, perguntou também se a autarquia se aconselhou com alguma entidade de saúde do concelho ou se manteve o «procedimento autista de quem tem uma maioria para governar e criar mais uma ilusão». Sobre este assunto, levantou ainda mais duas questões: «Um centro medicalizado no distrito não bastava, único no país também não, único na Europa. Porque será? Aquele centro medicalizado carecerá ou não de inscrição na Entidade Reguladora da Saúde? Já está inscrito?», indagou.

João Correia quis saber também «qual é a relação contratual entre a CanalVisão, empresa de conteúdos de imagem na Internet que paga impostos fora do concelho, conhecida por Localvisão localmente, e a Câmara da Guarda». Perguntou também «quanto custa por ano e quais os benefícios obtidos pela Câmara» e se «é verdade que esta ilusão custa dois mil euros por mês ou talvez mais?». Sobre esta matéria, Joaquim Valente confirmou que existe «um contrato de dois mil euros para que a Localvisão faça a cobertura e promova todas as atividades que são importantes para o desenvolvimento da Guarda e do concelho e está a fazê-lo», reforçando que «é importante promovermos o concelho e fazêmo-lo com esta parceria».

Quanto ao crescimento e progresso do concelho, o presidente da autarquia sustentou que «há muitos anos que o PS desenvolve um projeto de futuro para a Guarda e ele aí está», afirmando que João Correia «não pode desdenhar o trabalho que tem sido feito e que consolidou a cidade da Guarda». No mesmo sentido considerou que o deputado do PSD «também está a desdenhar a importância de uma pista medicalizada num parque de excelência que é uma referência no país e que é hoje se calhar o local que atrai mais pessoas à Guarda». O edil sustenta que a pista «cumpre as suas funções e é a primeira vez que existe um equipamento destes em que podemos fazer o nosso exercício físico e nós próprios podermos avaliar e dar contributos aos médicos para alguns sintomas que podemos ter». Valente considerou que se trata de uma infra-estrutura de «extrema importância», relembrando que a Unidade Local de Saúde esteve na inauguração».

No que toca ao empréstimo de longo prazo no valor de cerca de 980 mil euros, foi aprovado por maioria com os votos contra de BE e CDU, que criticaram «mais um endividamento», e abstenção do PSD. O edil guardense voltou a defender que «esta será a última oportunidade para fazer obra» no âmbito do QREN, «tendo como princípio a consolidação das cidades e criar uma rede de cidades médias que dê sustentabilidade ao território adjacente».

Aprovada moção de repúdio contra Álvaro Amaro

Na reunião de segunda-feira foi aprovada por maioria, com votos contra do PSD e abstenções dos eleitos do CDS, Bloco de Esquerda e CDU, uma moção de repúdio contra declarações proferidas por Álvaro Amaro, a propósito do negócio da venda do Hotel Turismo por ocasião da visita de Passos Coelho à cidade na campanha eleitoral. Em causa, disse Nuno Almeida, líder da bancada socialista, está o apelo que o presidente da Distrital do PSD fez ao então candidato a primeiro-ministro para o «não cumprimento do dever protocolado pelo Estado português para com a Câmara da Guarda no que concerne à aquisição do Hotel Turismo».

Ricardo Cordeiro Joaquim Valente considerou que a pista medicalizada é de «extrema importância»

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