«É uma questão um pouco complicada, mas penso que há possibilidade de se constituir uma academia para a Beira Interior que englobasse a universidade e os politécnicos». Pires Manso, professor catedrático no departamento de Gestão e Economia, é um defensor da união das três instituições de ensino superior da região. Na sua opinião, esta era até uma forma de «resolver alguns dos problemas» que o IPG atravessa neste momento, como o não preenchimento das vagas para professores coordenadores. «Se o reitor da UBI fosse simultaneamente reitor do Politécnico, seria mais ou menos fácil ultrapassar essa situação», defende.
Para além disso, a junção contribuiria para um «maior desenvolvimento e optimização» dos recursos. «A universidade tem as suas capacidades técnicas e humanas bem apetrechadas e essa hipótese de ligação poderia contribuir para um maior aproveitamento dos recursos, que são sempre escassos», refere. Mas apesar das vantagens, Pires Manso tem consciência de que esta questão «não vai evoluir nos próximos tempos» por ser um assunto «muito delicado». «É evidente que há alguma areia na engrenagem entre a Covilhã e Castelo Branco, por causa da rivalidade das duas cidades, e na Guarda também há pessoas que eram capazes de contestar uma solução destas», estima. Apesar de ainda se considerar do distrito da Guarda, por ter nascido em Fóios (Sabugal), Pires Manso não deixa de afirmar que se sente «mais covilhanense». Até porque reside na “cidade neve” há mais de 28 anos, desde 1976, altura em que veio leccionar para o então IPC. E nem mesmo os dez anos em que integrou a comissão instaladora do IPG, quando viajava diariamente de e para a Covilhã, o motivaram a voltar para a Guarda.
Regressou por isso à UBI, porque a carreira, apesar de «mais exigente», também é mais aliciante para os docentes «tanto em termos financeiros, como nas possibilidades e motivações» proporcionadas. O professor acompanhou desde a primeira hora o crescimento «sólido» da UBI e considera hoje que a universidade «tem evoluído com passos seguros», apontando o leque de cursos ao dispor dos alunos e o desenvolvimento da investigação científica. Nesse sentido, não tem dúvidas que a UBI é uma instituição de referência e que tem contribuído para o desenvolvimento da região. A cooperação com as diversas associações, empresas e restantes instituições regionais ou mesmo nacionais é, para Pires Manso, o maior exemplo da importância da UBI para o tecido empresarial e social da região e do país.