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Pires da Fonseca galardoado com o prémio mais importante de Engenharia Civil em Portugal

Professor da UBI, natural da Guarda, ganhou o Prémio Secil 2003 pelo projecto do Viaduto do Parque da Cidade do Porto

João Pires da Fonseca, natural da Guarda e professor na Universidade da Beira Interior (UBI), foi distinguido na última semana com o prémio Secil 2003, o mais prestigiante em Portugal para a Engenharia Civil, pelo projecto do Viaduto da Avenida Marginal do Parque da Cidade do Porto.

Com o alto patrocínio do Presidente da República, o prémio de 50 mil euros foi entregue no passado dia 11 de Fevereiro no Convento do Beato, em Lisboa, pela empresa cimenteira Secil e pela Ordem dos Engenheiros. Construído em 2001 sobre a praia e o mar, o Viaduto do Parque da Cidade do Porto é para o professor de Estruturas e de Betão Pré-Forçado na UBI uma estrutura «única e original» na engenharia portuguesa, estudada e concebida essencialmente para se integrar dentro da cidade e junto a um parque de lazer. Daí que só podia ser um projecto «completamente diferente» dos viadutos correntes «que se fazem às vezes sem graça» e que fosse, ao mesmo tempo, «esteticamente aceitável, económico e resistente às cargas para as quais estava previsto», por dispor de quatro vias rodoviárias, duas linhas de metro e um passeio para peões. Com um comprimento total de 228 metros, 16 metros de largura e 13 de altura, o viaduto do Parque da Cidade do Porto liga Matosinhos e a zona do famoso “Castelo do Queijo” à cidade portuense, proporcionando uma vista agradável sobre o mar.

«É um viaduto monolítico, apoiado em pilares muito esbeltos e cuja face inferior tem uma forma diferente do vulgar. É aquilo a que se chama um tubo ou um caixão com uma forma em curva e com duas consolas muito grandes para quem o quiser visitar», clarifica Pires da Fonseca, acrescentando que se pretendeu construir uma forma que parecesse «leve» para «não deprimir as pessoas perante a massa pesada de um viaduto rodoviário». Para João Pires da Fonseca é importante que as obras a edificar no futuro sejam «originais e inovadoras» para que as cidades possam ser mais interessantes «esteticamente» para a população. Com 44 anos de idade, o engenheiro civil natural da Guarda possui já um currículo invejável. Formado pela Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto e doutorado pela Universidade de Estugarda, Pires da Fonseca é o autor, entre outros projectos, do sistema de viadutos sobre a Barragem do Alqueva, do Edifício Transparente no Parque da Cidade do Porto e da Requalificação da Avenida de Montevideu também na mesma cidade.

Também para o presidente do departamento de Engenharia Civil na UBI, este prémio é o reconhecimento de «um homem que se pode distinguir pela qualidade», pois, na sua opinião, «um bom projecto não é só aquele que cumpre as regras, mas quando transmite clareza e se relaciona com o meio ambiente e as pessoas onde está inserido». Daí que Vítor Cavaleiro esteja convencido que «qualquer universidade desejaria ter este professor», acreditando que a distinção possa ser mesmo um atractivo para os estudantes do ensino secundário, juntando-se ainda a outros reconhecimentos nacionais como o “Melhor Estágio” do país atribuído a um licenciado em Engenharia Civil na UBI e a distinção de dois estudantes da UBI com o prémio Secil Universidades no ano passado. O que só comprova que o curso «tem qualidade» e por isso está acreditado pela Ordem dos Engenheiros nas três vertentes: Planeamento e Urbanismo, Estruturas e Construção e Geotecnia.

Liliana Correia

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