«A Câmara da Covilhã não vai deixar passar o 31 de Dezembro sem que haja uma definição clara sobre as barragens». O aviso foi deixado por Carlos Pinto nas comemorações dos 134 anos da cidade, alertando o Governo, representado pelo ministro José Luís Arnaut, que pretende respostas do Ministério do Ambiente antes de 2005. «Acabou a paciência», disse o autarca, ao lembrar que este é «um problema que se arrasta desde o tempo do PS» e prometer tomar «medidas» se o ministério tutelado por Nobre Guedes não der uma resposta.
Há mais de ano e meio que o executivo covilhanense aguarda pela resposta à candidatura para a construção da segunda barragem das Penhas da Saúde, da barragem da Atalaia, no Teixoso, e para a recuperação da barragem do Padre Alfredo, em Unhais da Serra. Actualmente o concelho é apenas abastecido pela barragem do Viriato e a construção de uma segunda barragem nas Penhas da Saúde tem sido uma das maiores reivindicações do autarca social-democrata dado ao receio constante de ficarem sem água após o Verão. Recorde-se que o edil já tinha feito um ultimato ao Governo no ano passado, que ficou entretanto sem efeito aquando da visita do anterior ministro Amílcar Theias ao concelho e face às constantes alterações nesta pasta. Mas apesar desta ser a sua «principal preocupação», Carlos Pinto anunciou mais obras e projectos para desenvolver até 2005. As primeiras a realizar dizem respeito aos seis contratos-programas homologados na semana passada por José Luís Arnaut para requalificar o Largo do Mercado do Teixoso, os arrumentos do Canhoso, a área envolvente à Ponte Cantar Galo, a zona confinante da cadeia da Covilhã, o Parque de Festas e Feiras do Tortosendo (Parque S. Miguel) e o Bairro das Manchedes, no Tortosendo. Obras que ascendem a dois milhões de euros e têm uma comparticipação do Estado de 50 por cento.
A requalificação da zona histórica da cidade e da judiaria são promessas para cumprir no próximo ano. Outra das novidades é a criação de mais 250 postos de trabalho em 2005 graças ao aparecimento de novas áreas comerciais e à conclusão das obras do Parque Industrial do Tortosendo, onde restam apenas dez lotes por vender, e que se espera poder dar emprego a 1.500 pessoas. A par disso, a Câmara vai desenvolver estudos para criar novos parques industriais no Teixoso, Paúl e Aldeia de S. Francisco de Assis, em S. Jorge da Beira. Esta última freguesia, uma das mais carenciadas e distante do concelho, sofreu este ano uma das maiores crises de sempre com a crise que afectou as Minas da Panasqueira. Para além da piscina-praia, para a qual Carlos Pinto pediu um reforço de 12 mil euros para completar os actuais 7,5 mil euros, o autarca vai lançar em breve as obras do Parque da Goldra, do Jardim Mártir-in-Colo e a ponte Pedonal entre a piscina e a Rua Marquês d’Ávila e Bolama, cujo projecto estará pronto «dentro de uma semana».
Reconstrução das antigas muralhas aprovada
José Luís Arnaut homologou ainda o projecto de reconstrução das Muralhas da Covilhã, nas Portas do Sol. O processo já se arrasta há cinco anos, altura em que se assistiu a duas derrocadas, sendo que a última acabou por atingir algumas habitações e uma parte do mercado municipal. A Direcção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais procedeu na altura a obras de consolidação da muralha, mas devido à instabilidade da mesma a autarquia acabou por interditar a circulação pedonal naquela zona em Novembro do ano passado. O investimento previsto ascende a 796 mil euros e será comparticipado em 70 por cento pela Acção Integrada de Base Territorial (AIBT) da Serra da Estrela.
Liliana Correia
