O realizador do documentário sobre o setor dos lanifícios na Serra da Estrela está a dinamizar uma petição na Internet para a criação, no concelho de Seia, de um «museu vivo dos lanifícios e dos têxteis».
Luís Silva, autor do documentário “Lanificios.doc”, exibido recentemente em Seia, esclarece que a ideia do espaço museológico foi lançada, no próprio filme, pelo ex-presidente da Câmara senense, Eduardo Brito. «Devido à importância social e económica que representou a indústria dos lanifícios para o concelho de Seia era importante a criação de um museu vivo dos lanifícios e dos têxteis como forma de homenagear os milhares de trabalhadores, empresários e demais figuras ligadas a esta indústria no nosso concelho», justifica o autor da petição, dirigida ao secretário de Estado da Cultura. O realizador referiu que as filmagens do documentário duraram dois anos, durante os quais percorreu «todas as localidades» do concelho de Seia onde existiu atividade fabril na área dos têxteis e dos lanifícios. Alvoco da Serra, Loriga, Vila Cova, S. Romão, Seia e Vodra foram as localidades visitadas, onde todas as pessoas que Luís Silva entrevistou referiram que «é uma grande falha Seia não ter um museu dos lanifícios, porque foi uma indústria que empregou milhares de pessoas».
Nesse sentido, constata que não há no concelho «nada de homenagem aos operários nem aos industriais», pelo que a ideia do museu é um «sonho antigo destas populações para que esta atividade industrial não caia no esquecimento». Luís Silva sugere a criação de um «museu vivo», que mostrasse ao visitante as várias fases de produção de uma peça em lã, desde a tosquia da ovelha até à confeção do produto final. De resto, o jovem realizador adiantou que, no documentário, Carlos Filipe Camelo, atual presidente do município, afirma que «é intenção da Câmara fazer esse museu em Loriga ou em Vila Cova», mas «devido à crise económica, neste momento, está fora de hipótese».
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