O Centro Hospitalar da Cova da Beira é a unidade de saúde pública da Beira Interior que regista maior número de doentes em lista de espera, seguida de perto pelos Hospitais de Castelo Branco e da Guarda. Com um número bastante reduzido de pacientes nesta situação está o Nossa Senhora da Assunção, em Seia. Ao todo, são 6.766 as pessoas que integram as Listas de Inscritos para Cirurgia nos quatro hospitais da região, segundo dados disponibilizados pelo Ministério da Saúde no site www.portaldasaude.pt.
De acordo com este indicadores referentes ao primeiro semestre deste ano, com extracção efectuada a 16 de Julho, o CHCB tem 2.359 doentes em lista de espera com uma mediana – valor central depois de dispostos todos os dados por ordem crescente ou decrescente – de 5,5 meses. Destes 2.359 pacientes, 545 estão inscritos há mais de 12 meses e 213 há mais de 24. A Cirurgia Geral como 1.070 doentes é, de longe, o serviço com mais pacientes em lista de espera, seguindo-se a Ortopedia (433), Urologia (221), Ginecologia/Obstetrícia (182), Cirurgia a Cabeça e Pescoço (163), Oftalmologia (151), Neurocirurgia (84) e, por último, Cirurgia Plástica/Dermatologia (55). Segundo os mesmos dados, o Centro, que integra os Hospitais da Covilhã e do Fundão, realizou 1.672 cirurgias programadas durante o primeiro semestre de 2007. Já na Guarda, no Sousa Martins, são 2.094 os pacientes em lista de espera, estando 215 nessa situação há mais de um ano e 75 há mais de dois anos. Na cidade mais alta, a Cirurgia Geral também é o serviço “carregado” com mais doentes (755), seguida de muito perto pela Oftalmologia (629) e Ortopedia (580). Ginecologia/Obstetrícia (79) e Cirurgia a Cabeça e Pescoço (51) encerram a lista. A mediana de tempo de espera é de 4,8 meses, tendo sido realizadas 1.702 cirurgias programadas. Por seu turno, no Amato Lusitano, em Castelo Branco, a mediana baixa para quatro meses, havendo 2.126 doentes em lista de espera, com 319 inscritos há mais de 12 meses e 149 há mais de 24. Na capital albicastrense, Cirurgia a Cabeça e Pescoço (689), Cirurgia Geral (549), Oftalmologia (447) e Ortopedia (328) são os serviços com mais doentes em espera. Seguem-se Urologia (85) e Cirurgia Plástica/Dermatologia, com apenas dois casos. Realizaram-se 1.409 cirurgias programadas no primeiro semestre deste ano. O caso do Hospital de Seia é o menos preocupante de todos, com 187 episódios em Lista de Inscritos para Cirurgia, todos eles para Cirurgia Geral, havendo apenas quatro casos de doentes em lista de espera há mais de 12 meses e um há mais de 24, tendo sido realizadas 451 cirurgias.
“O Interior” tentou contactar os presidentes dos conselhos de administração do CHCB e do Hospital da Guarda, mas tal não foi possível. Já Luís Ferreira, director clínico do Sousa Martins, remeteu quaisquer explicações para Setembro, por não possuir dados actualizados. Comparando os dados com a realidade a nível nacional, as quatro unidades da Beira Interior estão longe dos piores cenários de espera que se verificam na região de Lisboa. Quanto às melhores marcas registam-se em unidades situadas no Norte do país. De um modo geral, o ministro da Saúde classificou durante o último fim-de-semana como «muito positivos» os resultados das listas de espera, realçando que o tempo mediano diminuiu de oito meses e meio para cinco meses, frisou Correia de Campos.
Ricardo Cordeiro