A loja do Museu do Côa, em Vila Nova de Foz Côa, continua encerrada depois de ter fechado no passado dia 15 devido a uma penhora do seu conteúdo para pagar uma dívida a um credor da Fundação Côa Parque, neste caso às Finanças.
Segundo José Pedro Branquinho, dirigente sindical e representante dos trabalhadores do Museu e Parque Arqueológico do Côa, esta situação deve-se «à dívida que a fundação tem vindo a acumular», uma vez que «o dinheiro do Estado não chega». O sindicalista confirmou que existem dívidas acumuladas a várias instituições, nomeadamente à Caixa Geral de Depósitos, às Finanças e à empresa de vigilância Securitas, que ronda os 200 mil euros. Foram precisamente as Finanças que penhoraram o conteúdo da loja. «A situação chegou a este ponto porque o Estado não assumiu os seus compromissos», lamenta José Pedro Branquinho, lembrando que a Fundação foi criada ainda no Governo de José Sócrates e que o modelo de gestão definido «não funcionou». Desde então o organismo tem vivido com dificuldades financeiras crescentes para manter as portas abertas. No final de fevereiro os salários dos trabalhadores só foram pagos com recurso a um empréstimo bancário, já houve penhoras anteriores e as visitas guiadas estão reduzidas ao mínimo por haver apenas dois jipes disponíveis.
O representante dos funcionários adianta que «não há dinheiro para nada, inclusive temos jipes avariados e não podemos arranjá-los». Na opinião de José Pedro Branquinho, a solução passa por «responsabilizar o anterior Governo pela situação a que se chegou», revelando que no início de janeiro foi pedida uma audiência ao atual ministro da Cultura, João Soares, a qual continuam a aguardar. No entanto, conforme O INTERIOR noticiou recentemente, o futuro do Museu e do Parque Arqueológico deverá passar pelo fim da Fundação Côa Parque e pela escolha de outro modelo de gestão, estando prevista uma visita de João Soares a Vila Nova de Foz Côa, que ainda não foi agendada. Até lá, José Pedro Branquinho avisa que a extinção não deve acontecer «antes do Governo assegurar os postos de trabalho às oito pessoas contratadas». O INTERIOR tentou obter declarações do presidente da Fundação Côa Parque, António da Ponte, que não esteve disponível até ao fecho desta edição.