Menos de uma semana depois de se terem defrontado para o campeonato, Trancoso e Manteigas voltaram a encontrar-se no Municipal trancosense, na tarde da passada sexta-feira, desta feita para as meias-finais da Taça de Honra da Associação de Futebol da Guarda, num excelente jogo de futebol em que nenhuma das equipas merecia sair derrotada.
A jogar em casa, o Trancoso entrou mais dinâmico e criou perigo logo ao segundo minuto, com Galhardo a rematar à entrada da área, obrigando Nuno Morais a aplicar-se. Aos 15’, novo susto para a defensiva visitante, num livre de Daniel Pinto que levou a bola a passar à frente de três atacantes, sem que nenhum fosse capaz de a empurrar para a baliza. A partir do minuto 20, o Manteigas “acordou” para o jogo e passou a aparecer amiúde perto da baliza de Sampaio. Aos 21’, Renato falhou por duas vezes o remate dentro da área, com a bola a sobrar para Quelhas, que atirou para defesa atenta do guardião local. Pouco depois, Quelhas esteve novamente em evidência, ao ser lançado em velocidade nas costas da defesa, mas atirou para fora. Aos 30’, foi Ruben a atirar forte na marcação de um livre, mas à figura de Sampaio. Dois minutos volvidos, deu-se um dos lances definidores do jogo: Chasqueira perdeu a bola para Liberata, e derrubou-o quando este já se encaminhava isolado para a baliza. Cartão vermelho direto bem mostrado pelo árbitro, e que “acabou” com o Manteigas na primeira parte, pois a partir daí os visitantes passaram a basear o seu jogo no “pontapé para a frente”, ansiando pela chegada do intervalo para redefinir estratégias. Assim, até ao final do primeiro tempo, o controlo das operações pertenceu ao Trancoso, que voltou a criar perigo aos 35’, num remate de meia distância de Bruno Lopes que obrigou Nuno Morais à “defesa da tarde”.
Para a segunda parte, Nando Ribeiro deixou no balneário Quelhas e Renato, lançando no jogo Mika e Vaz Alves, mas o Trancoso voltou a entrar melhor e chegou mesmo ao golo logo no primeiro minuto: Xacal trabalhou bem na direita e serviu Galhardo, que com um cabeceamento certeiro bateu Nuno Morais. Poucos minutos depois, Xacal voltou a estar em destaque, mas pela negativa, ao ver dois cartões amarelos seguidos que lhe valeram a expulsão. Com equilíbrio restabelecido no número de homens em campo, o Manteigas passou a exercer uma maior pressão em busca do empate. Aos 60’, Vaz Alves recebeu a bola dentro da área, em posição frontal, mas optou por “trabalhar” o lance quando se pedia um remate de primeira, e acabou desarmado. Logo depois, João Bruno cruzou mas Mika não conseguiu finalizar, e Rúben atirou por cima. O Trancoso apostava no contra-ataque para chegar à baliza contrária, como sucedeu aos 65’, quando Bruno Lopes protagonizou uma excelente jogada individual e lançou Liberata em velocidade, mas Nuno Morais foi rápido a sair dos postes. Pouco depois, foi Dani a isolar-se, mas rematou para fora. Os últimos minutos foram de um maior domínio do Manteigas, que tentava por tudo chegar à igualdade, mas com pouco acerto, sobretudo no último passe. Aos 80’, Mika desenhou uma boa jogada pela esquerda e cruzou para Fábio Nogueira cabecear ao lado; pouco depois, foi o capitão Mário a subir no terreno e a combinar com Bruno, que atirou à figura do guarda-redes. Aos 88’, Mika surgiu isolado mas Sampaio saiu-se bem aos pés do atacante manteiguense. Até que, à passagem do minuto 90, surgiu finalmente o golo do empate. Ruben, de livre, desferiu um potente remate sem hipóteses para Sampaio, materializando o maior ascendente do Manteigas.
Com a igualdade a um golo registada no final do tempo regulamentar, foi necessário recorrer aos pontapés da marca de grande penalidade para encontrar um vencedor, e aí o Trancoso foi mais forte, ganhando por 4-2. Sampaio parou dois remates, e Mig marcou o penálti decisivo que permite aos trancosenses marcar presença na final. A equipa de arbitragem rubricou um bom trabalho.
Fábio Gomes 
