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“Pelourinho Coração Comercial” dá primeiro passo

Forte adesão popular ao desfile de moda na Covilhã motivou segunda edição

O «primeiro passo» para a dinamização do comércio localizado no centro da cidade da Covilhã foi dado no último sábado com o desfile de moda protagonizado por modelos conceituados como Marisa Cruz, Fátima Preto, Núria Madruga, Sónia Antão e Afonso Vilela, entre outros. Esta é, pelo menos, a convicção de Miguel Bernardo, vice-presidente da Associação Empresarial da Covilhã, Belmonte e Penamacor (AECBP), confiante na boa imagem que as pessoas tiveram do comércio tradicional após a passagem de modelos, apresentada por Pedro Miguel Ramos, com roupas Primavera/Verão 2004 dos estabelecimentos tradicionais.

«Acho que cada um sai com uma imagem bastante diferente daquela que tinha anteriormente», disse no final, visivelmente satisfeito com o sucesso da iniciativa que atraiu até ao Teatro-Cine da Covilhã cerca de mil pessoas na noite de sábado e outras tantas na tarde de domingo. As centenas de convites enviados e a impossibilidade de realizar o desfile no Pelourinho obrigaram a uma segunda edição extra, mas mesmo assim esta não satisfez todos os convites distribuídos. Contudo, apesar do sucesso do evento intitulado “Pelourinho Coração Comercial”, Miguel Bernardo admite que a AECBP ainda tem «muito trabalho» pela frente para transformar a zona num verdadeiro centro comercial. «Daqui em diante, vamos ter de fazer isto com bares, restaurantes e outras lojas. Teremos, em cada um destes sectores, de ser capazes de dignificar e mostrar aquilo que existe no centro», acrescentou. Iniciativas que, de resto, servirão para mostrar que o comércio tradicional é «ambientalmente amigo das compras», pois «podemos fazer as compras ao ar livre, sentarmo-nos numa esplanada, ter uma imagem e um comportamento completamente diferente daquele que temos dentro de quatro paredes», exemplificou Miguel Bernardo.

Com este espectáculo, a AECBP quis criar «uma imagem» do comércio daquela zona, que é de feito de «qualidade e muitas marcas», como demonstrou o catálogo de moda com as roupas das 30 lojas participantes no desfile e a descrição de outras 30, especializadas em material informático, têxteis-lar, electrodomésticos, ópticas, mobiliário, decoração, desporto ou lazer. O objectivo da iniciativa, que custou «meia dúzia de milhares de contos», não é só atrair os covilhanenses para o centro da cidade, mas também os turistas de Lisboa, Madrid ou de outras grandes cidades vizinhas. «No fundo, é mostrar que existimos e que temos aqui actividade. Se essas actividades forem atractivas, trazemos de facto gente de fora e vamos melhorar a procura do nosso comércio», sustenta Miguel Bernardo. Por isso, está já previsto outro desfile de moda para apresentar a colecção Outono/Inverno. Apesar de ainda não estar definida a data, Carlos Pinto adianta que o «ideal» era o desfile acontecer ao ar livre em Julho para «mostrar o potencial de oferta» da zona centro da cidade. Na sua opinião, ali está um «verdadeiro centro comercial» apenas possível por todas as condições criadas com as remodelações da Praça do Município, da Rua Direita e com a criação do silo-auto no Pelourinho.

Condomínio de comerciantes «está a crescer»

AECBP pretende atingir este ano 50 por cento dos estabelecimentos do centro da cidade

Ao longo deste ano, a Associação Empresarial da Covilhã, Belmonte e Penamacor (AECBP) pretende atingir no Condomínio de Comerciantes 50 por cento dos estabelecimentos localizados no centro da cidade, que rondam as 500 lojas. O projecto, que começou a dar os primeiros passos no ano passado, conta já com 60 lojas aderentes. «É um processo que está a crescer, mas tem de desenvolver-se de forma consolidada», salientou Miguel Bernardo, vice-presidente da AECBP, pois «não é uma coisa que possa ser apresentada e dizer que já temos». Com o condomínio de comerciantes, a AECBP pretende tornar o comércio tradicional mais atractivo e defender a imagem do centro da cidade. Uma iniciativa que terá dado passos significativos no último sábado, aquando da passagem de modelos. A promoção de que o Pelourinho pode ser um grande centro comercial a céu aberto será o grande mote desta iniciativa, bastando que para tal todos os comerciantes se juntem num projecto de animação e gestão do espaço, num verdadeiro espírito de comunidade. Dotar o espaço com melhores condições de higiene, segurança e animação e com mais variedade de oferta é o grande objectivo deste condomínio de comerciantes. Em contrapartida, a AECBP propõe-se ajudar em todas as questões administrativas, como a manutenção do espaço, formação, campanhas de publicidade, gestão dos estacionamentos, investimentos financeiros, entre outras.

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