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PCP questiona Governo sobre trabalhadores da Delphi

Bancada parlamentar preocupada com alegados abusos cometidos na Roménia

O líder parlamentar do Partido Comunista Português, Bernardino Soares, solicitou explicações ao Governo a propósito da situação vivida na Roménia pelos trabalhadores da Delphi da Guarda. Depois de denunciar o caso no início deste mês, como “O Interior” noticiou (ver edição de 5 de Julho), o PCP saber o que estão a fazer, ou já fizeram, Vieira da Silva, ministro do Trabalho e Solidariedade Social, e Manuel Pinho, ministro da Economia.

Os comunistas focam-se nos cerca de 200 trabalhadores que se encontram há um mês na Roménia, de onde chegam notícias de 12 horas de trabalho diário, para além de horas de deslocações, incluindo fins-de-semana. Este horário e o acelerado ritmo produtivo impossibilitam os profissionais de «qualquer tipo de descanso ou vida social, dado não haver tempo para mais do que dormir e trabalhar», sustenta o requerimento apresentado na Assembleia da República, na semana passada. Como resultado, já foram identificados «vários problemas de saúde», mas a pressão da empresa leva os trabalhadores a prolongar a permanência naquele país, critica o PCP. Um «sacrifício» só justificado pela ameaça de despedimento de 700 trabalhadores até ao final do ano na fábrica da Guarda. Nesse sentido, Bernardino Soares quer saber que conhecimento tem o Governo destas situações, as medidas que serão tomadas relativamente aos trabalhadores e também relativamente «aos contratos precários actualmente vinculados na Guarda».

E sobretudo das consequências para a Delphi, «em virtude destas graves violações dos direitos dos trabalhadores». A Manuel Pinho, os comunistas perguntam ainda se «já sabe as empresas em que serão colocados os 500 trabalhadores que a unidade de cablagens pretende despedir». A deslocação temporária destes trabalhadores foi apresentada como hipótese para o prolongamento dos postos de trabalho, e até da transferência de produção para a Guarda. Na mesma unidade romena encontram-se trabalhadores alemães, turcos, tunisinos e italianos em condições laborais regulares, adianta o PCP.

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