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PCP defende cerca do ex-sanatório

A localização do novo hospital da Guarda e as privatizações na área da saúde estiveram em debate na última segunda-feira

A Direcção da Organização Regional e a concelhia da Guarda (DORG) do Partido Comunista Português promoveu segunda-feira um debate subordinado ao tema “Saúde: Novo Hospital da Guarda, Melhor Serviço Nacional de Saúde?”, onde o actual Parque da Saúde ganhou novos adeptos. A iniciativa, a primeira sobre este tema na cidade, juntou dezenas de participantes no auditório da escola Augusto Gil, entre os quais a presidente da Câmara da Guarda, o director clínico do Sousa Martins e membro da concelhia do PSD, José Cunha, o médico Dias de Carvalho e um elemento da Comissão Parlamentar de Saúde na Assembleia da República, Luís Cardoso.

O objectivo do PCP era alertar a opinião pública para o papel do Estado na Saúde, sobretudo para as consequências das privatizações no Serviço Nacional de Saúde (SNS), e para o actual problema em torno da localização do futuro hospital da Guarda. Os comunistas aproveitaram a ocasião para anunciar que também eles são adeptos da construção na cerca do ex-sanatório, já que o PCP, nomeadamente Luís Cardoso, defende que não deve ser a autarquia a ceder o terreno e «assumir» desse modo o papel do Governo neste processo. O Parque da Saúde é a solução mais «viável e mais económica», sustenta o deputado, para quem aquele espaço histórico na área da saúde da cidade reúne «todas as condições para se fazer um bom hospital na Guarda sem ser em parceria público/privada». De resto, Luís Cardoso sublinha que o «intenso» debate entre PS e PSD nos últimos meses só «prejudica os interesses da comunidade», que também poderão ser postos em causa com os modelos de gestão privada, que, na sua opinião, não vão «contribuir para o melhor atendimento dos utentes nem para o bom desempenho dos profissionais da saúde».

O parlamentar fez questão de afirmar que a actual política do Governo PSD-PP não é mais do que «a morte anunciada do SNS», frisando o facto do actual sistema, «apesar de não ser o melhor, permite haver igualdade entre os cidadãos e consegue assegurar os serviços mínimos». Situação que duvida que aconteça se os hospitais forem privatizados, salientando que nessa altura passará a ideologia «do lucro e da dominação dos serviços de saúde será a lei do mais forte, gerando instabilidade e afectando os serviços de saúde». Já o médico Dias Carvalho, actualmente a fazer serviço na Pediatria do Sousa Martins, recordou o facto de Portugal ter conseguido atingir alguns valores da Europa, nomeadamente na mortalidade infantil, salientando que tal só foi possível «com o actual Serviço Nacional de Saúde» e não entendendo «para quê privatizá-lo». Por sua vez, Maria do Carmo Borges aproveitou a ocasião para reiterar mais uma vez a posição da autarquia quanto à localização do futuro hospital, defendendo que o Parque da Saúde é a «melhor solução, venha quem vier».

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