O fecho anunciado da Delphi é «uma gravíssima machadada» na actividade económica da cidade e da região, que continuará a registar «mais assimetrias de desenvolvimento relativamente à média nacional e mais desertificação». O cenário é traçado pela Direcção da Organização Regional da Guarda (DORG) do PCP.
Os comunistas dizem que se confirma o que partido denunciou «há muito» e acusam o Governo de «efectiva subserviência face aos interesses da multinacional» nos últimos dois anos. «A sua actuação pautou-se pelo anúncio de pretensas “medidas”, que ou não tomou ou foram incompetentes, e pela ausência de respostas concretas, capazes de evitar o encerramento da empresa, a destruição dos postos de trabalho e os efeitos profundamente negativos para os trabalhadores e a região», refere o PCP em comunicado. «O Governo PS assiste impávido e cúmplice ao encerramento de empresas pelas multinacionais com a justificação de quebras de encomendas, quando o que se trata é da vontade dos grandes interesses económicos de deslocalizar a produção para países onde a exploração dos trabalhadores é ainda maior», consideram.
Segundo os comunistas da Guarda, o fecho da Delphi «não era inevitável» e até poderia ter sido impedido se o Estado tivesse «vontade de defender o aparelho produtivo, ao invés de tomar medidas que têm vindo a ser seguidas de defesa dos interesses dos grandes grupos económicos e financeiros». Para a DORG, o Governo deve agora apresentar respostas para a situação, «salvaguardando a fábrica e os postos de trabalho» e defendendo todos os direitos e interesses dos trabalhadores – incluindo os que dependam do património da empresa, que deve permanecer intocável». Nesse sentido, na Assembleia da República, o grupo parlamentar vai questionar o Governo sobre as soluções para evitar o fecho da Delphi e «o consequente desastre económico e social» nesta região.