Um pelotão de legionários romanos recupera as suas energias depois de um combate com o inimigo. O retomar da ordem, os exercícios e os treinos voltam à ordem do dia. Mas a harmonia imposta no sentido militar é sempre algo complicado de se conseguir, principalmente quando não existe um líder capaz de instaurar a ordem, principalmente perante três legionários tão diferentes entre si.
Este é o ponto de partida de “Pax Romana”, a quarta produção da ESTE – Estação Teatral da Beira Interior, que estreou na última quinta-feira no auditório da Escola Secundária do Fundão e está em cena até sábado. Trata-se de um espectáculo cómico e divertido, que aborda o poder e as relações humanas protagonizadas por três soldados que não sabem muito bem a quantas andam. Tanto tentam preparar-se para a guerra como para a paz. Por isso é que, ao longo dos 55 minutos do espectáculo, os podemos ver ora a marchar ora a empunhar as espadas e os escudos, imitando Hitler, Bush ou Bin Laden. E há ainda espaço para uns “passinhos de dança” com temas bem conhecidos, como “Follow the Lider”. As peripécias e as situações burlescas dominam, aumentadas
pelo latim aportuguesado utilizado pelos actores, cuja interpretação assenta sobretudo nas expressões faciais, no rigor do gesto e do movimento, três princípios básicos da “Commedia dell’Arte”. A ajudar à festa, o figurino dos três legionários baseia-se no modelo desenhado por Albert Uderzo, criador de Astérix: sandálias brancas às tiras até à canela, calças brancas justas abaixo do joelho, vestido verde com armadura por cima, capacete, lança e um escudo. Encenada por Nuno Pino Custódio, a peça é interpretada por Alexandre Barata, Pedro Diogo e Sérgio Fernandes. Esta é a quarta produção do grupo sedeado no Fundão, mas a primeira a ser financiada pelo Ministério da Cultura.