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Passos Coelho elogia o «empresário bem sucedido» Dias Loureiro

Declaração inesperada e polémica foi feita durante a inauguração de uma queijaria em Aguiar da Beira na quinta-feira

Na inauguração de uma queijaria em Aguiar da Beira, na passada quinta-feira, o primeiro-ministro fez um inesperado elogio público a Dias Loureiro, ex-administrador do BPN que estava presente na sala, como «empresário bem sucedido».

Segundo o “Expresso”, a frase foi curta mas surpreendente: «Conheceu mundo, é um empresário bem-sucedido, viu muitas coisas por este mundo fora e sabe, como algumas pessoas em Portugal sabem também, que se nós queremos vencer na vida, se queremos ter uma economia desenvolvida, pujante, temos de ser exigentes, metódicos», afirmou Pedro Passos Coelho durante a cerimónia de inauguração da queijaria Sabores do Dão. Manuel Dias Loureiro é natural de Aguiar da Beira e foi secretário-geral do PSD, ministro da Administração Interna e, mais recentemente, Conselheiro de Estado. Na sequência do escândalo BPN, de que tinha sido administrador, e de ter mentido ao Parlamento acabou por se demitir de Conselheiro de Estado e se afastar da vida política.

No dia seguinte ao “Expresso”, Dias Loureiro desvalorizou o elogio inesperado que recebeu do primeiro-ministro e que suscitou a crítica da esquerda e o silêncio dos partidos da maioria. O social-democrata não quis comentar diretamente as palavras de Passos Coelho, sublinhando que já não está na política. «Estou fora. Praticamente não leio jornais, vejo as gordas. A minha vida é fora, desliguei da política», declarou, referindo-se a Luanda, cidade onde «passa a maior parte do tempo». Ao semanário explicou que não é conselheiro de Passos, que não vai «a S. Bento há anos» e que estava presente na inauguração da queijaria porque é «um velho amigo» do dono da empresa.

O elogio do chefe do Governo acabou por abafar a passagem por Aguiar da Beira. Vindo da Guarda, onde inaugurou a FIT, e a caminho do Porto para um jantar dos TSD, o primeiro-ministro aproveitou para defender a sua linha económica e criticar as propostas do PS. No seu entender, «as pessoas estimam hoje, mais do que nunca, a precaução e a prudência».

«Independentemente das preferências partidárias que existam, as pessoas, de um modo geral, sabem que é muito importante poder preservar a nossa autonomia, não andar aos trambolhões sem saber se precisamos de aumentar impostos ou cortar mais daqui ou dacolá, porque não há dinheiro que chegue», afirmou Pedro Passos Coelho.

Dias Loureiro já reagiu dizendo que «desligou da política»

Comentários dos nossos leitores
antonio vasco s da silva vascosil@live.com.pt
Comentário:
Eles protegem-se uns aos outros. Assim vai a classe política, que de política não temos nada.
 

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