Pedro Passos Coelho e Vítor Gaspar foram juntos a Belém confirmar que mantêm apoio do PR. Audiência durou meia hora. Cavaco reafirmou, em comunicado, que o Governo tem condições para governar.
O ministro das Finanças acompanhou o primeiro-ministro a Belém. Meia hora de conversa com um objectivo central: confirmar que mantêm o apoio do Presidente para a dificílima empreitada que têm em mãos, a começar pela negociação, quarta-feira, em Dublin, do alargamento dos prazos para os empréstimos externos. Uma causa decisiva para evitar um segundo resgate, mas que o Governo teme perdida.
À saída, Passos e Gaspar não falaram. Deixaram a palavra a Cavaco. E o Presidente confirmou que o Governo tem condições para continuar. Em comunicado, Cavaco Silva «reitera o entendimento de que o Governo dispõe de condições para cumprir o mandato democrático em que foi investido».
No Conselho de Ministros, Vítor Gaspar demonstrara grande preocupação com a imagem externa do país e com o impacto da decisão do TC na negociação que decorrerá em Dublin, na próxima semana, sobre o alargamento das maturidades dos empréstimos de Portugal e da Irlanda.
O ministro das Finanças garantiu ir «tentar tudo» para que esse alargamento não fique comprometido. Mas a análise política feita esta tarde pelo Governo foi muito pessimista. Alguns ministros consideraram não haver condições para cumprir o memorando de entendimento. «Estávamos ligados à Irlanda, agora estamos perto da Grécia», afirmou um ministro ao Expresso. As consequências daí decorrentes são imprevisíveis.