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Passos Coelho acena com redução de portagens

Candidato da coligação “Portugal à Frente” escolheu a Guarda para dizer, pela primeira vez, que o próximo Governo tem condições para implementar a «discriminação positiva» nas ex-SCUT A23 e A25 e do Algarve (A22)

A redução das portagens e o futuro da Segurança Social marcaram a passagem de Pedro Passos Coelho pela Guarda, na sexta-feira. O candidato da coligação “Portugal à Frente” visitou a Coficab e o Instituto Politécnico antes de um almoço-comício no NERGA perante mais de um milhar de apoiantes.

A jornada começou cedo na empresa de fios e cabos de Vale de Estrela, onde o diretor geral João Cardoso confrontou Passos Coelho com algumas «preocupações», como a «as constantes mudanças» do regime fiscal, a falta de benefícios fiscais para quem investe no interior, os «elevados» custos energéticos e a falta de mão-de-obra qualificada. Depois de conhecer a performance da Coficab – que emprega 450 trabalhadores, exporta praticamente toda a sua produção para as principais marcas automóveis e prevê para este ano uma faturação de 200 milhões, o candidato a primeiro-ministro respondeu que o Governo vai reduzir a taxa de IRC «à razão de 1 por cento até 2019» e projetar «o caminho de uma progressiva estabilidade fiscal que seja atrativa» para os investidores. Quanto ao fim dos benefícios fiscais para as empresas que se fixem no interior, Passos Coelho justificou que a medida «desapareceu para não criar uma proliferação de benefícios que tornassem o sistema fiscal pouco transparente».

De qualquer forma, recordou que estas empresas beneficiam de uma majoração no acesso aos fundos comunitários e terão uma «vantagem contributiva», em termos de Segurança Social, se contratarem. O presidente do PSD anunciou ainda que o próximo Governo tem condições para implementar a «discriminação positiva» nas portagens das ex-SCUT do interior (A23 e A25) e do Algarve (A22). «Os contratos das PPP [parcerias público-privadas] foram renegociados e com este trabalho poupámos cerca de 7.200 a 7.300 milhões de euros para os próximos 30 anos e agora temos condições para fazer essa discriminação relativamente ao tráfego ligeiro e ao de mercadorias», revelou Passos Coelho, acrescentando que não ter ainda assumido esta intenção «que já tinha enunciado há quatro anos» para que «ninguém pensasse» que o fazia por causa das eleições.

O candidato seguiu depois para o IPG para conhecer a investigação feita no Politécnico e, já no NERGA, os temas da reforma da Segurança Social e do crescimento económico foram dominantes. «Fico chocado por alguém que é candidato a primeiro-ministro não ter disponibilidade para discutir a reforma da Segurança Social após as eleições», afirmou Passos Coelho para acrescentar que «precisamos de uma reforma que dê confiança aos portugueses e que garante que no futuro as pensões sejam pagas». De resto, apontou que a proposta do PS «implica gastar muito mais que 600 milhões de euros», tendo pedido a António Costa que «esclareça bem o alcance» das suas propostas.

No segundo caso, o candidato da atual maioria começou por dizer que o atual Governo de coligação «não fez tudo o que queríamos e fizemos coisas que, em circunstâncias normais, não faríamos, mas ninguém nos pode acusar de ter levado o país para o buraco».

Pelo contrário, segundo o candidato da “Portugal à Frente”, haverá agora «razões para acreditar que podemos fazer mais do que crescimento económico e do emprego. Nos próximos anos vamos combater as desigualdades sociais» de forma a termos uma «sociedade mais amiga das famílias e das crianças». Antes do presidente do PSD, Álvaro Amaro subiu à tribuna para garantir que, se «hoje é tempo de confiança, como diz o PS, é porque nós a ganhámos contra tudo e contra todos», recordando à assistência que foi Passos Coelho quem «soltou a amarra da “troika”». Por sua vez, o cabeça de lista pelo círculo da Guarda recordou que a demografia e a coesão territorial são os seus desafios prioritários. Carlos Peixoto acrescentou que a região «precisa mais, de emprego», e nesta matéria considerou que «os números são todos positivos: em 2015 há 5.500 desempregados no distrito da Guarda, em 2011 havia 8.300». O candidato não se coibiu, por isso, de criticar o PS dizendo que «está ligado ao desemprego, à recessão e à destruição da economia».

Luis Martins Passos Coelho visitou a Coficab (na foto) e o IPG antes de um almoço-comício no NERGA

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