Apesar do frio, da chuva e do nevoeiro, várias centenas de pessoas, sobretudo estudantes, acorreram na quarta-feira à Praça Velha, na Guarda, para viverem a primeira Passagem de Ano Académica em Portugal, um evento que procurou antecipar o ambiente do fim de ano e que foi organizado pelo Instituto Politécnico da Guarda (IPG) e Associação Académica da Guarda.
A festa, que simulou a comemoração da meia-noite e do novo ano, inspirando-se numa tradição já habitual em Salamanca, teve início durante a tarde com a atuação de alunos dos cursos de Desporto e Animação do IPG. Depois do jantar de Réveillon, recriado por alguns restaurantes da cidade, a noite prosseguiu com a atuação do grupo Repúblika, a contagem decrescente antes da meia-noite e um espetáculo pirotécnico. Posteriormente, as tunas Egitúnica e Copituna D’Oppidana, os 100 Ensaios e dos DJ’s Tiago Leiria e Left fecharam o evento, que teve entrada gratuita. Pouco antes da meia-noite, o presidente do IPG falou ao público, mostrando-se «impressionado» com o número de participantes, e acrescentou que o evento «tem todas as condições para que, no futuro, seja uma referência em Portugal». Constantino Rei salientou ainda o «sucesso» desta iniciativa, destacando o objetivo principal de «promover uma interação entre a comunidade estudantil e a população da Guarda».
A festa estendeu-se pela noite dentro e acabou já depois das 7 horas, o que originou queixas de alguns moradores devido ao barulho, uma vez que a licença de ruído terminava às 6 horas. Contactado por O INTERIOR, António Pissarra, responsável pela organização do evento, desvalorizou a questão: «As pessoas queixam-se por tudo. Queixam-se quando a cidade está “morta” e não se houve uma mosca, mas depois também ficam desagradadas quando os estudantes dão vida à cidade e fazem mais um pouco de barulho», afirmou. O docente da Escola Superior de Educação, Comunicação e Desporto (ESECD) do IPG considera «natural» que tenha havido «algum ruído para além da hora, porque a juventude é assim» e disse que as críticas partem de «alguns velhos do Restelo». «Talvez seja melhor nem fazermos nada pela cidade», atirou.
Relativamente ao evento, António Pissarra mostrou-se «muito satisfeito com a afluência assinalável» de público, numa noite em que as condições climatéricas «não eram as mais convidativas».
O docente fala numa «resposta muito positiva» nesta primeira edição do evento, sublinhando que «os restaurantes estiveram cheios com os jantares académicos» e que a Praça Velha registou uma «animação pouco habitual», estimando que ao longo da noite tenham passado por ali «cerca de duas mil pessoas». «E podiam ter sido mais se não fosse a chuva e o frio», considerou o organizador. Nesse sentido, António Pissarra garantiu que a Passagem de Ano Académica «é para continuar, até porque a marca já foi registada», considerando que o evento pode constituir «um bom cartaz para divulgar a Guarda e o IPG».
Fábio Gomes 
