Foi no domingo seguinte ao Carnaval, 14 de fevereiro, que se realizou pela última vez uma missa em Vila Franca das Naves. O padre Celso Marques, que serve aquela paróquia, está doente e desde então a diocese ainda não resolveu a situação.
A ausência de pároco há mais de um mês está a deixar a população indignada, com a agravante de que esta é uma época com grande significado religioso para os paroquianos desta vila do concelho de Trancoso. Contactado por O INTERIOR, o bispo da Guarda deixou a garantia de que «as celebrações de Páscoa irão decorrer como habitual», mas desta vez sem padre. «A comunidade vai viver a Páscoa dentro destas limitações», acrescenta D. Manuel Felício, que desvaloriza o descontentamento dos fiéis: «Na vida da Igreja não há só padres, há outras pessoas que trabalham», refere o prelado. Por outras pessoas, D. Manuel Felício refere-se ao ministro da comunhão, nesta paróquia Emília Bordalo, que tem apenas permissão para a celebração da palavra, que vai presidir às cerimónias de domingo.
A paróquia de Vila Franca das Naves vai viver a tradição pascal sem padre e é uma incógnita quando o poderá voltar a ter. «O senhor padre está doente e não se sabe quando pode voltar», afirma o bispo. Quanto a uma possível substituição, D. Manuel prefere pensar «num dia de ca vez». «As pessoas devem viver a vida sem estas limitações. Eu não sei, posso morrer amanhã», declara. Ironia à parte, para os vilafranquenses que lamentam não ter missa nesta quadra, D. Manuel Felício sugere que «podem ir à eucaristia e restantes atividades das localidades vizinhas».
A doença do pároco é desconhecida mas dizem os populares que tudo aconteceu depois do mesmo ter sido alvo de várias críticas, nomeadamente num carro alegórico no desfile de Carnaval, construído por um grupo de jovens de Vila Franca das Naves, onde estavam escritas algumas críticas difamatórias ao sacerdote. O descontentamento dos jovens advém da decisão da diocese alterar o local da realização dos crismas para o arciprestado, Trancoso, o que não foi bem acolhido por alguns. A isto juntou-se um alegado empréstimo de 15 mil euros que o padre Celso Marques terá feito a um membro da comissão fabriqueira, com dinheiro da própria Fábrica da Igreja, sem o consentimento dos restantes membros, o que contribuiu para adensar o descontentamento junto dos fiéis.
Comentários dos nossos leitores | ||||
---|---|---|---|---|
|
||||
|
||||
|
||||