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Parques eólicos com ventos desfavoráveis

Apesar dos vários projectos anunciados para a região são poucos os que já estão em construção, mas há excepções

Até 2010, Portugal tem de aumentar a sua capacidade de produção eléctrica a partir de energias renováveis para 39 por cento, por obrigação de uma directiva comunitária. No que diz respeito à energia eólica, o Governo português traçou como meta uma produção de cerca de 3750 MW contra os 300 MW no final de 2003. O que implica que, na próxima meia década, o país tem de aumentar a produção em cerca de 500 MW por ano.

Nesse sentido foram lançados vários projectos, nomeadamente, na região da Beira Interior, por estar vocacionada pelo bom vento para parques de energia eólica. No entanto, a reduzida quota do concelho e do distrito da Guarda em termos de produção de energia eólica assombrou alguns dos investimentos anunciados há dois anos. Em causa estão iniciativas orçadas em cerca de 50 milhões de euros nos aproveitamentos eólicos de Mosqueiros (Fernão Joanes/Seixo Amarelo), João Antão (sítio do Coito), Barrocal (por detrás do IPG), Trancoso e Sabugal. No início deste ano, a Câmara da Guarda tinha recebido sete projectos de construção de parques eólicos. Mas em toda a região existem diversos projectos aprovados ou já em execução.

Entretanto a Junta de Freguesia de Vale de Estrela, no concelho da Guarda, acaba de assumir um contrato de exploração com a empresa Iberenova Promociones S.A., tendo em vista a instalação de um parque eólico em terrenos próximos da aldeia. Nesse sentido, em 2006 começam a ser instaladas 14 torres no Penedo do Ladário para o parque estar concluído em 2007. Pela exploração dos terrenos baldios, a empresa Iberenova vai pagar à Junta de Freguesia uma prestação anual de 3 mil euros por MW instalado no terreno. Um outro parque está em fase de instalação nas proximidades do Sabugal com catorze aerogeradores, enquanto outro projecto escolheu a zona de Dirão da Rua para os primeiros testes com dois aerogeradores. No entanto, o sector eólico anda agitado com a iminência de uma descida da tarifa que será paga aos produtores, ao mesmo tempo que o concurso para a atribuição de mais potência se mantém como mera intenção.

Patrícia Correia

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