O Parque Urbano do Rio Diz continua a dar que falar. Na semana passada, uma criança sofreu uma queda numa das estruturas do parque infantil do recinto. Embora do incidente não tenham resultado mazelas de maior – apenas algumas escoriações –, o susto foi suficiente para que tenha sido pedido o auxílio do INEM.
Só que a ambulância não passou da linha de água que separa o parque da esplanada que se encontra junto à entrada principal, a algumas dezenas de metros do sinistrado. A criança, uma menina de quatro anos, acabou por ser transportada para o veículo nos braços de um bombeiro. O sucedido acabou por levantar algumas críticas e muitas dúvidas sobre a segurança do Parque Urbano. Sobretudo se a isto se juntar o facto da estrutura ainda não dispor de um Plano de Emergência. A situação foi denunciada por Granja de Sousa. «Mas pode dar-se o caso de já estar a ser elaborado, não sei», admitiu a O INTERIOR o coordenador do Serviço Municipal de Protecção Civil. O documento «serve para mitigar qualquer situação anómala no interior do recinto, mas não é ele que vai retirar a sinistralidade», esclarece. Por isso, e apesar da inexistência do Plano, Granja de Sousa acredita que o espaço reúne «todas as condições de segurança em matéria de equipamento, montagem e manutenção».
Quanto ao socorro da criança, o coordenador garante que houve condições para prestar auxílio. «Gerou-se algum alarido porque as pessoas viram a criança a ser transportada ao colo», refere, mas só foi assim porque não era uma situação de grande gravidade. Caso contrário teria «sido de maca», garante. Ainda assim, o responsável admite que o Plano de Emergência é «obrigatório por lei, embora seja um espaço descoberto, e deveria existir porque é um local muito frequentado, sobretudo por crianças», argumenta. Por sua vez, Joaquim Valente, presidente da autarquia, prefere minimizar o sucedido: «A criança caiu, como podia ter caído noutro sítio qualquer», refere, acrescentando que o acidente não se deveu a «nenhuma falha no equipamento». Já António Saraiva, director executivo do PolisGuarda, recorda que a criança tem uma idade «muito inferior» ao permitido naquele equipamento. «Existe uma placa em todas as estruturas em que é referida a idade permitida», sustenta.
Para além disso, o arquitecto considera que o sucedido nada teve a ver com o equipamento em causa, até porque o acidente aconteceu quando a menina «tentava subir as escadas de acesso ao brinquedo». E sobre a impossibilidade da ambulância chegar ao local, o responsável não aceita as críticas: «O parque é percorrido por caminhos em toda a envolvente. Mas, obviamente, que a ambulância não poderia chegar ao local exacto do acidente», sublinha. Aquando do socorro da criança não foi usada a entrada Sul do Parque, que poderia permitir um acesso mais rápido ao local, mas antes a porta principal. «Foi falta de lembrança», refere Granja de Sousa, acrescentando que, apesar daquela entrada estar normalmente fechada, «o segurança tem a respectiva chave».
Rosa Ramos