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Parque de logística automóvel no Porto da Carne

Grupo CAT considera a Guarda um «óptimo» ponto estratégico para a exportação de veículos novos

Enquanto as plataformas logísticas da região não saem do papel, o Grupo CAT aposta em estratégias isoladas. Esta empresa de logística e de transporte instalou-se recentemente no Porto da Carne, no concelho da Guarda, junto ao IP5, criando um entreposto de automóveis. Quem por ali passa não fica indiferente às centenas de carros, de cores e marcas diferentes, que enchem o novo parque de logística automóvel.

Apesar de terem conhecimento da Plataforma Logística de Iniciativa Empresarial (PLIE) da Guarda e mais recentemente a Plataforma Logística Integrada Abastecedora do Interior e Beiras (PLIAB), o Grupo CAT preferiu avançar sozinho, explica Jorge Beja, director da Logística Automóvel. A falta de parceiros e a dificuldade em encontrar empresas específicas para esta área levaram a empresa a apostar «isoladamente» na região com um centro de logística automóvel. O Grupo CAT investiu em parceria com a GEFCO, um antigo fornecedor da empresa, que «nos assegura uma série de funções aqui dentro», adianta Jorge Beja. «É uma espécie de parque em trânsito», sublinha, referindo que os carros fabricados em Mangualde pelo grupo PSA (Peugeot e Citroen) vêm directamente da fábrica para o Porto da Carne e são depois distribuídos para exportação. «Ali, os nossos camiões carregam os veículos e levam-nos para Madrid», explica Jorge Beja. Ou seja, todo o transporte é assegurado pela CAT. O centro logístico de veículos ocupa uma área com cerca de 11 mil metros quadrados e pressupõe um investimento que o responsável preferiu não revelar, tendo capacidade para 400 veículos stockados.

Jorge Beja garante que esta opção não significa que não possam integrar alguma das plataformas logísticas anunciadas: «Tudo depende das propostas», garante o responsável, revelando já terem sido «bastante sondados» pela Câmara da Guarda e pelo promotor de Celorico da Beira (PLIAB) desde que se instalaram no Porto da Carne há pouco mais de um mês. Segundo o director da Logística Automóvel do Grupo CAT trata-se de um «bom sítio e um ponto muito estratégico», tanto para esta actividade, como para outras, pois em breve pretendem também assegurar naquele parque um serviço de veículos da Renault vindos directamente da fábrica de Valladolid. Um centro de veículos em stock pressupõe determinadas funções como a recepção dos automóveis, controlo de qualidade, preparação de cargas, gestão de expedições, o cumprimento dos controlos de qualidade, a preparação de cargas multimodais, e por fim, uma gestão efectiva das expedições. Não é a primeira vez que a empresa investe na região, uma vez que a CAT desenvolveu um projecto idêntico junto à estação de caminhos de ferro da Guarda durante quatro anos. Este regresso acontece porque «estrategicamente e logisticamente as situações alteraram-se», justifica o director. E apesar do interior do país se queixar constantemente da falta de investimentos, Jorge Beja considera que «os obstáculos estão na própria região, que tem terrenos muito inflaccionados e mão-de-obra mais dispendiosa».

Patrícia Correia

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