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Palavras passadas mas pesadas

Quando o nosso Primeiro-Ministro aconselhou que os desempregados, sejam eles da pesada ou com formatura, fossem trabalhar para além-fronteiras porque aqui não se safam, veio confirmar uma coisa: não temos empresas ou empresários para criar emprego e desenvolver a economia, ou por falta de coragem em vencer os obstáculos presentes, ou por falta de dinheiro, ou por não saberem o que produzir e a quem vender. E assim é natural não haver trabalho.

No entanto outros países, e um deles já classificado como potência, facilitaram a imigração de hostes femininas. Felizmente não é o nosso caso, porque temos a dignidade de ser Portugueses.

Outra causa é o facto de os cursos que a rapaziada tirou não terem utilidade no terreno. E então temos tempos perdidos com maus conselheiros.

Felizmente temos empresas vocacionadas para a exportação, nas quais devemos ter orgulho. Mas ainda assim, não são em número suficiente para travar a eventual emigração. Não são o suficiente para dar exemplos com as ideias e a coragem dos seus empresários, que venceram tudo e todos, subindo a pulso por uma corda sem nós.

Continuamos a cometer um falhanço, e já com alguns anos de atraso, devido ao facto de os nossos governantes nunca ligarem importância a uma equipa de olheiros por esse mundo fora; talvez ainda hoje não saibam o que é, limitam-se a falar apenas em economia. Talvez estejamos a pagar bem caro essa falta de conhecimento comercial que só se aprende na vida real. Aproveitando a deixa, e venha lá de onde vier o dinheiro, desejo que o Presidente do meu país esteja bem calçado, vestido e engravatado para todas as cerimónias representativas. Mas ele não deve esquecer que o manto, os diamantes e a coroa são suportados pelo povo.

António Nascimento, Guarda

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