Durante décadas a Casa do Menino Jesus surgiu aos olhos dos covilhanenses como uma instituição de mérito de apoio às crianças mais desfavorecidas, mas os relatos das últimas semanas revelaram uma outra história – uma instituição que trata as crianças de maneiras diferentes: as do infantário com o apoio necessário e as do lar (com internamento) deixadas à sua sorte, sem comida nem amor nem atenção.
Perante a investigação aberta pelo Ministério Público ocorrem agora várias questões:
– Por que motivo o Casa do Menino Jesus abriu um inquérito interno depois da notícia de um jornal se a investigação é anterior à publicação do jornal;
– Por que motivo as crianças passavam fome se o Estado deposita por cada criança cerca de 600 euros para que a instituição apoie as crianças carenciadas;
– Por que motivo o infantário está com lotação esgotada e a Casa do Menino Jesus insiste em dizer que está com défice na tesouraria se nunca houve tantos pais a pagar tanto na creche ou infantário;
Por último, gostaríamos de saber por que motivo na última Assembleia Geral foi ocultada a informação da investigação do Ministério Publico quando já estava em curso.
Lamentamos o que se está a passar numa das instituições mais antigas da cidade e aproveitamos para pedir esclarecimentos cabais a quem lidera a instituição há mais de 20 anos.
Não basta transformar a instituição num quartel-general político, haja dignidade!
Se a direção não sabia o que se passava na própria casa (como alega), então o melhor que tem a fazer é demitir-se e assumir a incúria e a negligência no trato com crianças que todos devíamos cuidar.
Grupo de pais e amigos da Casa do Menino Jesus (Maria Rosa Fernandes, Paulo Antunes, Teresa Gonçalves, Deolinda Ferreira e Costa Andrade)
N.R.: Esta tomada de posição surge na sequência de uma reportagem publicada na última edição de O INTERIOR, o único órgão de comunicação social a abordar um assunto que está a gerar grande celeuma na Covilhã
