A Polícia Judiciária (PJ) da Guarda deteve os pais de um jovem de 23 anos por suspeita de sequestrarem o próprio filho, que tinha saído de casa, tendo alegadamente contratado três homens de mão para o fazer regressar. O rapaz foi interceptado na Guarda na sexta-feira e levado à força para a zona de Resende, onde foi libertado na manhã seguinte.
Tudo aconteceu quando a vítima, que estava na cidade «há vários dias», foi abordada por três indivíduos no parque de estacionamento do restaurante A Colmeia, situado nos Galegos, nos arredores da cidade. «O jovem estava a falar com dois conhecidos quando três homens saíram de um carro que irrompeu pelo local e o obrigaram a seguir viagem com eles após o agredirem e ameaçarem com facas de grandes dimensões», disse o coordenador da PJ. Artur Vaz referiu que várias equipas de investigação foram para o terreno assim que o caso foi denunciado e que, ao início da manhã de sábado, «foi possível apurar que o jovem se encontrava sequestrado e guardado pelos pais numa residência de uma aldeia do concelho de Resende, tendo sido libertado pouco depois».
A operação permitiu ainda deter, em flagrante delito, os país do jovem, com 45 e 41 anos de idade. O casal terá confessado ter contratado o trio de raptores com o objectivo de «encontrarem o jovem e de o trazerem à força para o local onde foi descoberto», referiu o coordenador da PJ da Guarda. Ao que tudo indica, os motivos que estiveram na origem desta acção de «grande violência» terão a ver com um desentendimento relacionado com a actividade laboral da família, que gere uma empresa prestadora de serviços agrícolas naquela zona duriense. «Também não descartamos a hipótese dos pais não verem com bons olhos o relacionamento do filho com uma jovem que reside na Guarda, com quem estava a viver desde que fugiu de casa, e terem querido pôr termo ao namoro», referiu Artur Vaz.
Os pais foram presentes a primeiro interrogatório, tendo ficado obrigados a apresentações periódicas no posto policial da sua área de residência. Entretanto, as diligências da Judiciária prosseguem com o objectivo de identificar e localizar o trio – todos de etnia cigana – contratado para este serviço.
