O “Pacto para a Nova Centralidade”, apresentado segunda-feira pelo Conselho Empresarial do Centro (CEC) em Coimbra, desafia os diferentes candidatos às eleições de 20 de Fevereiro a comprometerem-se com o desenvolvimento económico da região. António Almeida Henriques, presidente do CEC, disse que os partidos e os candidatos nos seis círculos eleitorais da região Centro vão ser convidados a subscreverem o documento, que visa «clarificar uma estratégia e um compromisso de desenvolvimento para o território».
Na sessão de apresentação, o dirigente defendeu um pacto «para além de ideologias e partidos políticos, um compromisso que sobreviva a ciclos económicos e políticos», para que a região possa assumir «uma nova centralidade na articulação interna e externa do território nacional, corrigindo as actuais linhas de fractura que marcam a organização territorial, económica e demográfica da região», refere o documento. Ao nível dos recursos humanos, o CEC preconiza um sistema de formação que responda «às necessidades das empresas, nomeadamente a nível intermédio, e fomente a ligação dos sistemas de ensino com o mercado empresarial». O objectivo desta proposta é a criação de uma estrutura produtiva «moderna e bem integrada» no mercado, interno e externo, desenvolvendo “clusters” exportadores competitivos, onde o investimento externo à região terá um importante papel a desempenhar. A valorização do «potencial endógeno» da região, qualificando e organizando os «distritos industriais», designadamente, é outra das apostas do CEC, que salienta a proximidade de Espanha e a importância do fluxo de mercadorias que entra e sai de Portugal através da região.
Quanto ao modelo de desenvolvimento, segundo o CEC, há que suprir «défices gritantes» no actual nível de qualificação dos recursos humanos. «Sobretudo ao nível das disciplinas estruturantes (matemática, português, línguas estrangeiras e informática), das competências transversais (comunicação, pesquisa, análise, síntese e resolução de problemas) e nas novas qualificações associadas às novas tecnologias, aos sistemas de informação e de comunicação», sublinha. Paralelamente, Almeida Henriques exigiu da administração central «mais transparência no modo como se propõe implementar os seus programas de investimento plurianuais, sobretudo os que têm um efeito estruturante nas economias regionais». O “Pacto para a Nova Centralidade” tem ainda como objectivo contrariar, no país, um «sistema territorial bicéfalo que, a Sul e a Norte, nas zonas metropolitanas de Lisboa e Porto, exerce uma enorme pressão sobre as estruturas económicas e demográficas da região Centro». Um desafio lançado a empresários, agentes de desenvolvimento e partidos políticos. No âmbito desta iniciativa, o CEC vai agora promover debates com os cabeças de lista pelos seis distritos do Centro até às eleições legislativas.