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Os três E’s no país dos contrastes

Agora Digo Eu

Os três E’s são coisas importantíssimas. Ao que parece têm a ver com eficácia, eficiência e economia.

O processo de gestão, seja ele em saúde, defesa, equipamentos ou mesmo numa simples autarquia, inclui sempre pressupostos políticos onde se misturam outros, como sejam os burocráticos, definindo assim metas e objetivos. Olhando para estes últimos, eles assumem duas importantes vertentes: as materiais e as instrumentais. As primeiras garantem competências próprias e incluem todo o esquema estratégico, enquanto as segundas orientam a melhoria da gestão nas célebres vertentes de eficácia e eficiência onde, ao que parece, se pode e deve acrescentar o terceiro E, de economia.

Dito isto, é também importante referir que todos os organismos com autonomia administrativa, técnica e financeira são unidades de governo próprio, capacidade de gestão e têm por objetivo o bem-estar da população, tendo em conta os três E’s atrás referidos: a eficácia, a eficiência e a economia.

Nas autarquias portuguesas o modelo que se aplica é marcadamente presidencialista e, diga-se, em abono da verdade, que nem sempre a liderança corresponde a uma boa capacidade de gestão, percebendo-se que a postura revela-se altamente politizada, incluindo assim interesses partidários, calculistas e egocêntricos, onde é praticada uma gestão de tipo público/privado, o que leva tantas vezes à irregularidade na gestão da coisa pública.

O PS está no poder. A esquerda apoia e bem o governo socialista. Costa, dirige aquilo que alguém alcunhou de geringonça e que funciona cada vez melhor. Renova peças, acerta ritmo de trabalho e ação, encontra-se cada vez mais lubrificada.

No revés da medalha, a direita, qual caranguejola velha e enferrujada, assume um ténue papel de oposição argumentando pecados velhos de quem apenas cospe para o ar e não sabe tirar a cara.

No país, que, felizmente, começa a bater o pé à Europa, a esquerda soma e segue. Na Guarda, a direita com o apoio da esquerda (onde até Costa, secretário-geral do PS e primeiro-ministro dá uma mãozinha) faz alarido e algum brilharete, percebe-se, em definitivo, que o cantinho à beira mar plantado continua a ser o país dos cantos, recantos e encantos. Assim é a política à boa maneira portuguesa. Tal qual o cozido.

Ficam a valer, de forma decisiva, as afirmações presidencialistas, feitas com todos os afetos deste mundo, nessa conhecida, célebre e inteligentíssima declaração da Madrilena “A esquerda da direita”. É bom, é salutar continuar a viver no contraste neste país de contrastes…

Por: Albino Bárbara

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