Mas será que a Terra poderia vir a tornar-se num buraco negro? Para respondermos de forma afirmativa a esta questão seria necessário comprimir a Terra, reduzindo o seu raio a um comprimento de 1 cm, conduzindo a valores de densidade extremamente elevados. Com a diminuição do raio terrestre, a velocidade de escape adquiria valores iguais ao da velocidade da luz. Nesta situação extrema, nada se poderia “soltar” da Terra, nem mesmo a luz, pelo que o nosso planeta seria invisível a observadores exteriores.
Mas que astros possuem valores de densidade tão elevados? Durante a vida de uma estrela, este corpo celeste passa por diversas etapas. Na fase final da sua vida, uma estrela com uma massa trinta vezes superior ao sol comprime-se, devido à acção da força de atracção gravitacional. Este colapso da estrela, faz com que a velocidade de escape vá aumentando de forma que a radiação luminosa por ela irradiada seja progressivamente encurvada até acabar por ser forçada a regressar à sua origem. Embora a estrela não tenha acabado completamente a sua vida, deixa de ser visível.
Apesar de não ser possível observar directamente um buraco negro sabemos da sua existência devido à influência que ele exerce sobre o comportamento dos astros que se encontram próximo dele.
Uma vez que nenhum sinal, nenhuma informação pode chegar do interior do buraco negro até nós, este constitui uma região isolada e incomunicável em relação ao universo em que nos encontramos.
Retomando a visão cinematográfica da astronomia pode afirmar-se que filmes como “Missão em Marte” estão para as viagens espaciais, assim como “Branca de Neve”, de João César das Neves, está para os buracos negros.
Por: António Costa