A importância da exigência na certificação dos profissionais de saúde só pode trazer qualidade para todos nós. Mas os médicos vivem uma época extraordinária. Aqueles que nunca forram avaliados, que nunca fizeram exames, que nunca prestaram provas perante júris desconhecidos criaram um sistema de avaliação baseado em provas públicas com júris.
Assim a minha geração foi a exame inúmeras vezes e agora até nos congressos prestamos provas da aprendizagem que lá fizemos. Estou contra? Não!
Os exames fazem parte de uma caminho de sucesso que os médicos vão garantindo. A minha geração viu como aqueles que nos impunham exames e se acoitavam na Ordem dos Médicos fugiam das avaliações que eles defendiam.
Testemunhámos como nunca fiscalizaram os Serviços uns dos outros, como nunca castigaram quem se portava indecorosamente.
Entre os pares a protecção a limites incompreensíveis é desprestigiaste e desmotivadora. Serviços que não respeitam critérios de exigência de formação foram mantidos a dar instrução.
Os truques foram muitos e as avaliações parcas. Mesmo quando as queixas eram inúmeras, lá vinha um do mesmo curso e só lia metade dos papéis.
Assisti indignado a muitas incongruências. Testemunhei perseguições sem nome, testemunhei jogadas de bastidor para preservar artistas sem prestígio.
Compete à Ordem estar presente em toda a vida médica, e marcar a legalidade das situações novas e a moralidade dos casos perversos.
Um médico tem obrigações para com os seus pares e com os doentes e não pode ser constantemente protegido se nos desonra como grupo e como classe profissional.
Também aqui a Ordem tem estado exemplarmente mal.
Serviços que viam fugir-lhe sistematicamente os Internos não sofriam investigação.
Serviços que não cumpriam as premissas da lei para a formação podiam manter internos.
Serviços com rácios inaceitáveis de médicos por camas existem a par de lugares desfalcados.
Há médicos escravizados por regimes de trabalho impensáveis. A Ordem não é o governo dizem os dirigentes, mas é uma força de antecipação poderosa que pode estar nos assuntos de forma muito mais acutilante.
Se apresentarmos a solução podemos fazer parte do futuro.
Até Outubro podemos prestar contas com o passado e pedir muito mais.
Por: Diogo Cabrita