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A aventura do Euro 2004 vivida por dois jovens voluntários da Guarda

O espírito de ajuda, a amizade e o “fair-play” são algumas das recordações que guardam do grande evento desportivo

juntou-se o “útil ao agradável”», confessa Júlio Saraiva, professor do primeiro ciclo. Para este jovem voluntário, «nem tudo correu bem» durante o Euro 2004, já que, por estar inserido na organização, viu «muita coisa que a maioria das pessoas não se aperceberam». Como se encontrava na área de acesso dos jornalistas à sala de imprensa ouviu muitas críticas, «pois havia, por vezes, uma falta de organização», refere Júlio Saraiva. O exemplo mais notório aconteceu com os fotógrafos, já que tinham uma credencial diferente dos repórteres de imagem: «Não foi grave, mas em determinadas alturas era complicado gerir tantas queixas», recorda o voluntário. Apesar de ter sido convocado para dois jogos, Júlio Saraiva acabou por participar apenas no jogo Holanda-República Checa, no estádio de Aveiro, devido a motivos profissionais.

Já Nuno Coelho não se privou de nenhum jogo e meteu férias, de propósito, para esse período, de maneira a «não perder nenhuma jogada». O jovem voluntário só lastima que tenham sido seleccionados «tão poucos» da Guarda, deixando transparecer uma certa responsabilidade pelo «factor interioridade». Porém, a experiência foi «única e indescritível», garante Nuno Coelho, que alguns dias depois do fim do campeonato continua a vibrar com um «projecto envolvente». Primeiro participou no jogo Suíça-Inglaterra e depois no encontro entre França e Suíça, ambos no Estádio de Coimbra, que envolveram cerca de 350 voluntários. Como se encontrava no posto de atendimento aos “vips” e aos media, ainda acabou por estar junto a Victoria Beckham e aos filhos, conta com algum entusiasmo. No passado sábado ainda participou numa «grande festa», um convívio com todos os voluntários que participaram no Europeu no “Fan Park” do Parque das Nações que serviu para festejar o final do Euro. De resto, todos os participantes receberam equipamento no valor de 250 euros, composto por um saco, um par de sapatilhas, dois pólos, uma camisola, calções, bermudas, meias, bonés e t-shirts, tudo com o logotipo do Euro 2004. Mas como não há bela sem senão, a desilusão aconteceu no domingo com a derrota da selecção portuguesa, o que para os dois voluntários «foi uma injustiça». De resto, Júlio Saraiva não tem dúvidas: «Falando com o coração, mas também com a razão, acho que merecíamos a vitória».

Patrícia Correia

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