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Orçamento da Câmara da Mêda aprovado com apenas dois votos favoráveis

Apesar de Anselmo Sousa ter tentado negociar com a oposição não conseguiu o apoio dos eleitos do PSD, que se abstiveram, e do vereador do CDS, que votou contra

Em 2018 a Câmara da Mêda prevê gastar cerca de 10 milhões de euros. O Orçamento já foi discutido e aprovado pela Assembleia Municipal «sem problemas», garantiu o presidente da Câmara, mas no seio do executivo a decisão não foi tão unânime. Composto por cinco elementos, o documento previsional teve apenas dois votos a favor, dos eleitos socialistas, em minoria, enquanto os dois vereadores do PSD optaram pela abstenção e o único eleito do CDS-PP votou contra.

A agricultura e o turismo são sectores considerados como «prioritários» e são as «grandes apostas do Orçamento deste ano», adiantou Anselmo Sousa, que acredita que a estratégia para o concelho passa por «apoiar os nossos produtores em feiras e eventos, quer nacionais, quer internacionais, para que possam promover e divulgar os seus produtos». Apostar nos pequenos investidores e no associativismo será outra das metas e a educação também não será esquecida prevendo-se medidas como «refeições gratuitas para os alunos dos jardins-de-infância e primeiro ciclo, atribuição de bolsas de estudo para alunos carenciados e de mérito e o pagamento de uma viagem por mês aos estudantes do ensino superior que estão fora para que possam vir à terra». O edil está convencido que «este é um Orçamento que satisfaz as necessidades das pessoas» e, embora reconheça que «não vai ser fácil» atingir os objetivos a que se propõem, garante que vai «trabalhar para isso».

Quanto aos votos da oposição, o autarca diz que «aceita» mas não esconde «alguma surpresa» com a posição do CDS-PP. «Reunimos várias vezes com todo o executivo, discutimos as propostas e aceitámos as opiniões da oposição», refere Anselmo Sousa, sublinhando que o centrista César Figueiredo «colaborou e ajudou» na construção deste orçamento. Contudo, o vereador do CDS-PP tem uma visão diferente. Recordando que houve da parte dos eleitos do PS «uma disponibilidade para um olhar conjunto na construção do Orçamento», o vereador afirma que se disponibilizou para «participar e estive presente nas reuniões», no entanto considera que a intenção de Anselmo Sousa era «imputar à oposição a participação neste orçamento, passando uma ideia de unanimidade».

Apesar dessa vontade de negociar, «o presidente mostrou que não podia aumentar a despesa para além daquela que o próprio já tinha previsto e isso não é assim. Se está disposto a negociar não pode levar nenhuma, tudo tem que ser negociado», lamentou o centrista. Para César Figueiredo, «faltam serviços públicos na Mêda, o que impede de tornar o concelho numa terra atrativa». Também uma zona industrial seria «uma importante aposta», mas para isso «é preciso haver dinheiro e atualmente o município não tem capacidade financeira, nem estão previstas comparticipações comunitárias nestas áreas». Mas para o vereador do CDS-PP a solução poderia não passar por fundos comunitários, bastaria «cortar nas coisas supérfluas», como as avenças, «que ao fim de quatro anos dariam meio milhão de euros». Na sua opinião, as apostas nos museus, mesmo com apoio comunitário, também «não são por agora o mais importante para a Mêda, pois vêm aumentar a despesa do município». Até ao fecho desta edição não foi possível obter um comentário do vereador do PSD, Aires Amaral.

Ana Eugénia Inácio Orçamento deste ano ronda os 10 milhões de euros

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