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Orçamento da Câmara da Covilhã «enferma de credibilidade» para a oposição

Documento foi aprovado por maioria na reunião da Assembleia Municipal realizada na semana passada

A Assembleia Municipal (AM) da Covilhã aprovou, na última sexta-feira, as Grandes Opções do Plano e Orçamento para 2011, no valor de cerca de 89,5 milhões de euros. Os documentos foram aprovadas por maioria, com a abstenção dos deputados socialistas e votos contra dos três eleitos do PCP e da representante do Bloco de Esquerda, numa sessão que se prolongou por quase sete horas.

O comunista Marco Gabriel considerou que o orçamento «continua a ser irrealista, irresponsável e pouco inteligente», isto porque «a arrecadação de receitas é, em média, de 44 milhões de euros por ano nos últimos cinco anos, pelo que a execução deste orçamento é previsível não ultrapassar os 50 por cento». Por outro lado, a autarquia «pretende vender metade do património municipal no ano de 2011, realizar mais um empréstimo de médio/longo prazo de 3 milhões de euros, aumentando a dívida da Câmara e os seus encargos no futuro», realçou. Por último, contempla para 2011 «as mesmas soluções que foram apresentadas em anteriores exercícios» com a «mesma lógica de encher o olho, a mesma estratégia de venda de património e a mesma incapacidade para gerar soluções estratégicas de médio e longo prazo que não passem somente pela obra física».

Já Neli Pereira, do Bloco de Esquerda, sublinhou que o executivo apresentou «um orçamento e umas opções que nem na teoria, nem na prática têm dimensão humana e social neste momento de crise». Por sua vez, o socialista Nelson Silva afirmou tratar-se de um documento «que enferma de credibilidade», além de «manter as mesmas debilidades», visto que «continua a alavancar grande parte da sua actividade em receitas que não são passíveis de serem concretizadas, nomeadamente quase 51 milhões de euros de venda de bens de investimento». Ainda assim, o grupo do PS optou por se abster, alegando que «o interesse dos covilhanenses está acima de todas as questões partidárias». Isilda Barata, do CDS, sustentou que, «se calhar, este é o orçamento possível, mas está um pouco optimizado. Vamos ver qual é o seu grau de execução, que espero que seja alto», vaticinou.

Do lado da maioria, Bernardino Gata apelidou o orçamento de «sério, sustentável e transparente», para além de «garantir a continuidade das práticas políticas» e, desse modo, ser também um documento «de esperança». Em resposta às intervenções dos membros do PCP, Carlos Pinto afirmou que o discurso «estava bem aplicado para a discussão que teve lugar no ano 2000, 2001, 2002, 2003 porque querem mais estradas e pôr mais pessoal no quadro». O edil prosseguiu, dizendo que «acham sempre que deve haver mais despesa, mas, ao mesmo tempo, criticam o endividamento da Câmara. É uma matemática que certamente só os senhores sabem explicar», referiu. As críticas também atingiram o PS, acusado de «duplicidade de pensamentos». «Não criticam o endividamento do país e as políticas que a isso conduziram. Como estão contra o endividamento e não o podem dizer em voz alta, dizem-no contra as Câmaras que fazem parte do Estado», disparou.

Carlos Pinto garantiu que o município é «exemplar, auto-suficiente e não um albergue de empregos». Nesta sessão foi ainda aprovada, com quatro abstenções, uma moção de rejeição da proposta final do Plano Regional do Ordenamento do Território do Centro com o argumento de que a actual versão é «fortemente constrangedora do desenvolvimento local».

Ricardo Cordeiro Carlos Pinto defendeu que o município é «exemplar», «auto-suficiente» e que «não é um albergue de empregos»

Orçamento da Câmara da Covilhã «enferma de
        credibilidade» para a oposição

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