Os céus de Manteigas vão ganhar um colorido diferente durante quatros dias. O Open da Serra da Estrela em Parapente, que começa hoje e termina domingo, promete cativar o interesse de muitos praticantes, assumindo ainda um carácter decisivo para que o concelho serrano possa acolher uma etapa da Taça do Mundo da modalidade em 2005.
A prova, pontuável para o calendário nacional e para o “ranking” internacional de parapente, vai ser acompanhada por vários responsáveis da PWCA – Paragliding World Cup Association para verificar a capacidade de organização serrana e as excelentes condições do Vale do Zêzere para a prática deste desporto radical. De resto, tanto Carlos Rodrigues, administrador do Skiparque e da “Geração Sem Limites” – empresa de actividades desportivas e de animação turística, como Vítor Baía, director da Escola de Parapente da Serra da Estrela, estão bastante confiantes de que a candidatura de Manteigas vai mesmo receber “luz verde”. Para o seleccionador nacional, «só não teremos a etapa se cometermos grandes erros organizativos», considera, acreditando que a zona do Vale do Zêzere, um local «ainda desconhecido» no circuito internacional, vai «deixar impressionados» os responsáveis estrangeiros. Tudo se conjuga então para que, na última semana de Julho e nas duas primeiras de Agosto de 2005, a Serra da Estrela receba um evento de grande envergadura, uma vez que são esperados os melhores 150 pilotos mundiais e cerca de 3.500 pessoas, entre “staff” técnico, acompanhantes e visitantes. Mas apesar de «alguma ansiedade e expectativa», devido à incerteza do tempo, Vítor Baía está confiante quanto ao Open da Serra da Estrela, até porque as questões organizativas foram «bem preparadas», realça.
Contudo, a confirmação da realização da etapa do Mundial em Manteigas só deverá chegar no início de Novembro, por ocasião da última prova desta temporada no México, mas pode chegar mais cedo «se as coisas correrem muito bem», sublinha. O Open da Serra da Estrela em Parapente é uma prova da Federação Aérea Internacional (FAI) – Categoria 2, sendo a última do calendário nacional de 2004, para além de ser catalogada como Pré-Taça do Mundo. Apesar de não existir uma data limite para as inscrições, sendo ainda possível realizá-las durante os quatro dias de competição, Vítor Baía está a contar com a presença de mais de cem participantes: «Tudo o que seja mais de 60 pilotos na competição “A”, o máximo de uma prova nacional este ano, já é um óptimo número», refere. Como se trata de uma prova curta, o director da Escola de Parapente não acredita numa participação «muito numerosa» de estrangeiros, mas destaca haver já alguns participantes espanhóis, franceses e ingleses confirmados. De resto, Baía não se cansa de realçar as qualidades da zona do Vale do Zêzere, acreditando que a Serra da Estrela «merece ter regularmente provas do mais alto nível mundial de parapente». As inscrições para a competição A, destinada a pilotos experientes com licença nível IV e V, custam 50 euros e 30 para a prova B, enquanto que os interessados em praticar voo de lazer terão que pagar 20 euros.
Ricardo Cordeiro