O secretário de Estado do Desenvolvimento Rural anunciou, na última sexta-feira, que o Governo vai conceder apoios financeiros específicos para a olivicultura biológica, pagando 510 euros por hectare, no caso do regadio, e 236 para o sequeiro.
Rui Nobre Gonçalves participou na sessão de encerramento das I Jornadas Nacionais de Olivicultura Biológica, onde afirmou que este apoio serve para compensar as dificuldades competitivas deste sector face ao método tradicional. «A agricultura biológica não usa fertilizantes químicos, nem pesticidas, por isso a produtividade é menor. Além disso, este género de agricultura presta também um serviço ambiental e protege a paisagem e isso também deve ser valorizado», sublinhou. O governante considerou vantajoso optar por este método de produção, já que os valores dos apoios serão «bastante superiores» aos subsídios genéricos concedidos à cultura do olival tradicional, que não terá apoios por hectare. «O olival normal continuará a ter apoios ao investimento, como por exemplo, nos casos de plantação de novo olival», afirmou, mas, nestes casos, essa ajuda poderá chegar a 50 por cento do investimento.
O secretário de Estado acrescentou que o objectivo desta medida é «aumentar significativamente» a produção de azeite biológico e que o nosso País tem «boas condições de clima e de solo» para este tipo de produção. O olival foi eleito como uma das cinco fileiras agrícolas prioritárias no Plano de Desenvolvimento Rural, para dar um novo impulso à produção de azeite. O Governo espera chegar a 2013, altura em que se encerra o actual ciclo do Fundo Europeu Agrícola de Desenvolvimento Rural (FEADER), com um balanço neutro no quadro das importações e exportações de azeite. «Com este conjunto de medidas, julgo que teremos condições para isso mas tudo depende dos agricultores», desafiou Rui Nobre Gonçalves. Actualmente, cerca de 50 por cento do azeite consumido em Portugal é importado.