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Olano compra mais 17 lotes na plataforma logística da Guarda

Presidente da República inaugura na segunda-feira o centro logístico da multinacional francesa de transporte de frio que vai aumentar a sua base na PLIE

O Presidente da República inaugura na segunda-feira o centro logístico da Olano na plataforma logística da Guarda. A cerimónia acontece poucos dias depois da multinacional francesa ter manifestado a intenção de adquirir mais 17 lotes naquela área empresarial para ampliar a sua base operacional na cidade mais alta. Ao que tudo indica, o projeto deverá ser revelado durante a visita de Marcelo Rebelo de Sousa.

Esta ampliação tornou-se possível porque a autarquia exerceu o direito de reversão daqueles espaços adquiridos em junho de 2011 pela transportadora Broliveira, por cerca de 287 mil euros, que não apresentou qualquer projeto para os lotes desde então. «Queríamos a empresa na Guarda e tentámos até ao fim», disse o presidente da autarquia na última reunião de Câmara, realizada segunda-feira em Vila Fernando. Álvaro Amaro acrescentou que só depois da Olano ter oficializado o interesse nesses 17 lotes é que o município exerceu a cláusula de reversão estipulada no regulamento da PLIE. Por sua vez, Joaquim Carreira considerou que «não é tolerável que a empresa não faça o investimento como tinha contratado» e estranhou que a Broliveira «atire para o lixo 287 mil euros».

Atualmente, a Olano, especializada no transporte de frio, já ocupa 28 lotes da plataforma logística, tendo iniciado a ampliação das suas instalações em abril passado para aumentar a capacidade de armazenamento na Guarda. Na altura, João Logrado, diretor da Olano Portugal, garantiu que o grupo francês está «satisfeito» com a escolha da Guarda, que «é o centro da Península Ibérica e é estratégica para nós». O investimento então anunciado era da ordem dos 7,5 milhões de euros e criou 30 novos postos de trabalho. É este projeto que Marcelo Rebelo de Sousa irá inaugurar na segunda-feira, pelas 17 horas. Sedeado no País Basco francês, o grupo Olano está instalado na PLIE desde 2009, onde já investiu quase 40 milhões de euros com o último projeto. Emprega 200 pessoas – «90 por cento dos nossos quadros foram formados no IPG», sublinhou na altura João Logrado –, terá 130 camiões (será a maior do grupo) até ao final do ano e uma capacidade de armazenamento de 19 mil paletes. No ano passado, a Olano Portugal faturou 25 milhões de euros, «é dez por cento da faturação total do grupo», revelou o diretor.

Nesta sessão de Câmara, o executivo aprovou por unanimidade os treze pontos da ordem de trabalhos, com destaque para a adjudicação da reabilitação de edifícios municipais na Rua dos Cavaleiros, junto à Praça Velha, para criação de sete apartamentos de habitação social. A empreitada foi entregue à empresa de Vila Fernando Isidro Pires da Silva por 339 mil euros acrescidos de IVA. A Câmara deliberou ainda abrir concurso para requalificação da Avenida Cidade de Waterbury e envolvente, cujo preço-base é de 340 mil euros, mais IVA, e vai arrendar os dez apartamentos do bloco habitacional do Rio Diz em regime de renda condicionada. Os valores variam dos 178 aos 228 euros. O município aprovou também a execução coerciva das obras em falta no Bairro do Torrão pela Câmara. O objetivo é acionar a caução de 149 mil euros (30 mil contos na altura) paga há 30 anos pelo empreiteiro Hermínio Mourato e concluir arruamentos e demais infraestruturas públicas que constavam do loteamento.

1,5 milhões de euros para obras

No final de uma reunião onde foram adjudicados mais de 1,5 milhões de euros em obras, Joaquim Carreira disse aos jornalistas que a Câmara deu «mais um passo no processo de endividamento, que vai sobrar para quem vier a seguir». Na resposta, Álvaro Amaro considerou a crítica «ridícula», contrapondo que aos socialistas «dói a boa gestão da Câmara que permite que façamos obra», já que as referidas empreitadas serão financiadas «em 85 por cento pelos fundos comunitários». A divergência entre maioria e oposição ficou também plasmada no caso da despoluição do Noeme. Joaquim Carreira disse-se «expectante» com o anúncio, mas ressalvou que Álvaro Amaro «é hábil a criar expetativas, por isso tudo não passa de mais uma expetativa de que tudo vai ficar melhor, não se sabe é quando», criticou o vereador do PS, que esteve “em casa” pois é natural de Vila Fernando.

Luis Martins Atualmente, a Olano já ocupa 28 lotes da plataforma logística e investiu quase 40 milhões de euros na Guarda

Comentários dos nossos leitores
Matinho mikealfa@hotmail.com
Comentário:
O município da Guarda devia criar um grupo de trabalho para cativar projectos de âmbito Mundial como a TESLA, tal como fazem Viana, Maia, Aveiro etc. Olano e Coficab são herança socialista.
 

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