O município de Figueira de Castelo Rodrigo está a trabalhar na instalação de um observatório de astronomia em Barca d’Alva. O projeto, que conta com o envolvimento e a consultoria de Pedro Russo, um dos maiores astrofísicos portugueses, que é natural do concelho, vai nascer no edifício que devia acolher um centro náutico naquela localidade ribeirinha do Douro.
Segundo Paulo Langrouva, autarca figueirense, o local foi escolhido por ser uma zona do concelho com menos luminosidade artificial. «Pedro Russo fez as medições e havia dois sítios com as condições ideais: em Almofala, junto à barragem do Convento de Sta. Maria de Aguiar, e em Barca d’Alva. Optámos por este último porque temos ali instalações que podem ser adaptadas para o efeito», afirma, acrescentando que esta opção tem também «a vantagem de podermos cativar os turistas que navegam no Douro». O projeto contempla ainda uma vertente lúdico-educacional para os alunos das escolas e a possibilidade de acolher investigadores nas áreas da Astronomia e da Astrofísica.
As características do futuro observatório estão a ser delineadas por uma comissão científica internacional liderada por Pedro Russo (Universidade de Leiden, Holanda), em conjunto com o município. Até lá, a Câmara espera iniciar na primavera de 2017 as obras de requalificação do edifício, que terá também um pequeno espaço para merchandising e salas para workshops e seminários. Depois será instalado o equipamento, constituído por um ou dois telescópios e outro material técnico. «Em Portugal, penso que equipamento similar só se encontrará no Alqueva, no projeto “Dark Skyes”», refere Paulo Langrouva, adiantando que em Barca d’Alva surgirá um Centro de Ciência Aberta. «O nosso projeto segue o formato de um outro existente na Holanda e permite a vinda de investigadores e a parte lúdico-educativa», sublinha o presidente figueirense, adiantando que o observatório vai ser candidatado a fundos comunitários.