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Obras retomadas em 2017 entre a Guarda e a Covilhã

Governo quer concluir requalificação do último troço da Linha da Beira Baixa em 2018, antes da modernização da Linha da Beira Alta

A conclusão da requalificação da Linha da Beira Baixa entre a Covilhã e a Guarda, troço desativado desde março de 2009, vai ser antecipada, anunciou o ministro do Planeamento e das Infraestruturas, na semana passada. O INTERIOR já tinha noticiado, em fevereiro passado (ver edição de 4/02), que estas obras seriam retomadas em 2017.

Na Covilhã, durante a apresentação do Plano de Mobilidade para o Interior, Pedro Marques revelou que a primeira intervenção decorrerá na Linha da Beira Baixa, com os concursos a serem lançados ainda este ano para que as obras comecem em 2017 e fiquem concluídas em 2018. «Depois disso, começaremos a avançar com todas as obras na Linha da Beira Alta», especificou o governante, adiantando que estes trabalhos integram a intervenção do Corredor Ferroviário Internacional Norte, que abrange aquelas duas linhas e implica um investimento de 691 milhões de euros. «É um grande investimento, é uma grande prioridade, com um forte financiamento dos fundos comunitários, felizmente, porque a ferrovia é uma prioridade para Portugal, mas também para a Europa», declarou Pedro Marques, acrescentando que este plano visa «favorecer o desenvolvimento integrado do interior», com base na «competitividade do transporte ferroviário de mercadorias e de pessoas».

Após a conclusão destas empreitadas será possível a «plena articulação entre as duas linhas», o que dará origem a «um importante itinerário complementar na rede ferroviária», especificou o secretário de Estado, Guilherme d’Oliveira Martins, durante a apresentação do plano. No documento mantém-se ainda inscrita a criação de uma nova linha no eixo Aveiro-Mangualde, projeto pelo qual Portugal continuará a lutar no sentido de obter financiamento, garantiu o ministro. A conclusão do troço Guarda-Covilhã da linha da Beira Baixa, com 44 quilómetros, tem prioridade “A” no Plano Estratégico de Transportes e Infraestruturas para 2015-2019. A modernização e eletrificação desta ligação entre as duas principais cidades da região implicam um investimento de 80 milhões de euros. Os comboios não circulam entre a Guarda e a Covilhã desde março de 2009 para permitir a conclusão de uma empreitada que já custou 7,5 milhões de euros na melhoria da via entre Caria e Belmonte e mais 2,5 milhões na reabilitação do túnel do Barracão.

De resto, esta foi a única intervenção concluída no concelho da Guarda, onde pontes e ferrovia continuam por requalificar. Falta também a eletrificação do último troço da Linha da Beira Baixa até à cidade mais alta – atualmente, esta melhoria acaba na Covilhã, onde chegou em novembro de 2011. Em fevereiro de 2015 foi mesmo aberto o concurso público para a construção da ponte do Corge com um preço-base de 2,5 milhões de euros, mas a estrutura continua na mesma.

Autarcas satisfeitos

Durante a cerimónia, Vítor Pereira, presidente da Câmara da Covilhã, sublinhou que a obra «é fundamental para a mobilidade das populações no eixo Castelo Branco/Covilhã/Guarda» e reivindicou a «requalificação do material circulante».

Por sua vez, Álvaro Amaro, edil da Guarda, congratulou-se com este anúncio. «Só temos que aplaudir. O seu a seu dono. O Governo não reverteu esta intervenção e fez muito bem», porque a decisão da beneficiação deste troço «estava tomada e foi tomada há mais de um ano» pelo anterior Governo. Contudo, o autarca aproveitou a ocasião para recordar que a modernização da Linha da Beira Alta também é «particularmente importante» para a Guarda. «A cidade tem que ser a grande plataforma ferroviária para a Europa depois das obras nestas duas linhas. Esse é o grande projeto das próximas décadas para a Guarda», sublinhou Álvaro Amaro.

Luis Martins Os comboios não circulam entre a Guarda e a Covilhã desde março de 2009

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