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Obras nos Paços do Concelho podem chegar a tribunal

Guarda

Um grupo de cidadãos está a preparar-se para recorrer à justiça para travar as obras em curso nos antigos Paços do Concelho da Guarda, na Praça Velha.

O edifício está classificado como imóvel de interesse público e é monumento nacional desde 1943 e, ao que O INTERIOR apurou, em causa está a remoção do gradeamento existente para que o rés-do-chão possa ser fechado com caixilharia e vidro. Este gradeamento já existia naquele espaço ainda antes da classificação. No projecto consta ainda a remoção de uma parede original, o que também está a gerar algum descontentamento. A O INTERIOR, o arquiteto Nuno Martins, autor do projeto de reabilitação do edifício no final da década de 90 do século passado, disse que considera o actual projeto «vergonhoso». Também Joaquim Carreira, na última reunião do executivo, acusou a autarquia de não cumprir o regulamento do centro histórico ao permitir que a remodelação dos antigos Paços do Concelho, que vai acolher a futura sede da Comunidade Intermunicipal Beiras e Serra da Estrela, inclua o uso de materiais, como o alumínio e o PVC, proibidos.

«É uma irresponsabilidade a Câmara da Guarda ter permitido que o projeto fosse a concurso público quando muita gente no centro histórico se viu impedido de ter acesso à licença de utilização ou à conclusão do licenciamento da sua obra por pormenores como estes», sustentou o vereador do PS. Na resposta, o presidente do município garantiu que a Câmara está a cumprir o regulamento e os pareceres técnicos. «Respeitamos as regras e os regulamentos», sustentou Álvaro Amaro, sublinhando que a autarquia está «preocupada em recuperar e em dar dignidade a uma casa que já foi Câmara Municipal para ser a sede da CIM e solar dos saberes».

Comentários dos nossos leitores
Mike mikealfa@hotmail.com
Comentário:
Quando os decisores perdem o bom senso e danificam o património histórico nacional devem ser responsabilizados. Os centros históricos tem de ser recuperados mas mantendo pelo menos os edifícios classificados.
 
Anibal G. Pina Correia anibal.pina.correia@hotmail.com
Comentário:
Sou contra os tribunais para a resolução destes casos. Sou a favor de que o bom-senso deve prevalecer e que os mandantes e executantes tenham , pelo menos, o discernimento suficiente para, no mínimo, ver o quanto estão a ofender os sentimentos de tantos Guardenses que amam a sua terra e não querem ver destruídos os poucos valores de referência que vão resistindo a selvática destruição.
 

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