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Obras na Praça Velha só em Janeiro

PolisGuarda e comerciantes acordaram evitar que as obras coincidissem com a época de Natal para minimizar prejuízos

Só em Janeiro é que as obras vão fazer parar o trânsito na Praça Velha. Agendados para avançarem ainda antes do final do ano, os trabalhos de requalificação e remodelação do “coração” da cidade da Guarda vão ser adiados para o início de 2004, «assim que as festas de Natal terminarem», explica António Saraiva, director executivo da sociedade PolisGuarda, entidade responsável pela execução desta empreitada. Esta alteração pretende, fundamentalmente, evitar que as obras coincidam com a quadra natalícia, altura em que o comércio atinge o seu apogeu com a euforia dos presentes e das compras próprias dessa época do ano.

«É isso que está acordado com os comerciantes, que mal passem as festas avancem as obras», informa Saraiva. Quanto ao percurso que o trânsito automóvel deverá fazer nesses, pelo menos, seis meses de mudança, o responsável ainda não sabe qual será, uma vez que está em curso um estudo elaborado pela empresa de gestão para que «consigamos fazer o mínimo impacto negativo», quer para os utentes, quer para os comerciantes do Centro Histórico. «Terá que ser uma área faseada para que as pessoas possam circular», sublinha o arquitecto, adiantando, de resto, que relativamente aos estacionamentos já existe uma alternativa definida. Dentro de poucos dias, começará a ser construído um parque na parte posterior da Associação Comercial, junto à muralha, de forma a que em Novembro já esteja pronto para receber viaturas. «Foi também isto o acordado com a ACG», conta António Saraiva, frisando que esta obra precisará da implantação de medidas minimizadoras do seu impacto, com protecção dos trabalhos, criação de circuitos de circulação para os peões nas áreas intervencionadas com passadiços com protecções laterais, tapumes, informação e sinalização atempada das obras e das áreas condicionadas ao trânsito.

«É a obra mais delicada do Polis e aquela que mexe mais com o dia-a-dia de uma zona da cidade que tem vida própria e que tem que se manter no decurso das obras», realça o responsável, garantindo que quando as intervenções terminarem o aspecto e a mais-valia da cidade será «muito grande» e por isso valerá a pena um «sacrifício de todos para que isso possa acontecer». Quanto à vida activa do comércio, Saraiva diz que vai tentar coordenar entre empreiteiros, Polis e comerciantes um horário para a realização de cargas e descargas, para que «levemos estas obras a bom porto». Recorde-se que o projecto de reabilitação da “sala de visitas” da Guarda, da autoria de Camilo Cortesão e Mercês Vieira, prevê a relocalização da estátua de D. Sancho, reordenamento do trânsito, eliminação do estacionamento, bem como a interdição da circulação automóvel nas ruas do Comércio e Direita. Esmeraldo Carvalhinho, vereador com o pelouro do Trânsito na Câmara Municipal, entende que é necessário «habituar os guardenses a utilizar a Av. dos Bombeiros para ligar estas duas partes da cidade para que a Praça Velha fique mesmo sem trânsito». O vereador diz ainda que a circulação irá fazer-se em vias «mais cómodas», num circuito que inclui as Av. dos Bombeiros, Monsenhor Mendes do Carmo e Afonso Costa, criando um «anel» em torno do Centro Histórico com sinalização para criar novos hábitos de circulação automóvel e pedonal na cidade. Recorde-se ainda que Camilo Cortesão prometeu, na sua última visita à Guarda, dar uma imagem «mais moderna» à Praça, usando unicamente o granito e colocando apenas três candeeiros. «Será limpa de tudo o que é espúrio, caso dos fios eléctricos, sinais de trânsito e dos candeeiros recentemente colocados», revelou, acrescentando que a futura iluminação cénica da Sé, um projecto do IPPAR, «contraria» a sua ideia sobre o Centro Histórico. «Prefiro uma iluminação discreta sobre todo o conjunto do que a valorização de determinados elementos», concluiu, além de considerar que a estátua do rei fundador tem uma posição central «ridícula» e sem «importância nenhuma, porque está cá há menos anos que o resto dos elementos da praça», realça.

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