Da amizade e da música pode sempre nascer uma banda. O projeto de Luís Alberto e Beto Vinhas surgiu assim, sem aviso prévio. À noite, num bar, entre conversas com amigos, a ideia brotou. Os dois jovens, naturais do Soito (Sabugal), decidiram criar na Guarda uma banda que pudesse «marcar a diferença». Hoje, os The UnderCovers “recuperam” músicas de outros artistas e reinventam-nas, sempre num «ambiente intimista».
Depois dessa noite em que decidiram fundar a banda, começaram a ensaiar. Mas a escassez de tempo nem sempre ajuda. «Um dia decidimos marcar um concerto no bar de um amigo que temos em comum, a fim de nos ‘obrigar’ a ensaiar», lembram. A decisão resultou, já que nos dias que antecederam o espetáculo ensaiaram «quase diariamente». O volume de concertos, naturalmente, aumentou e agora os The UnderCovers percorrem a região à boleia do jazz, do metal, dos blues, do rock eletrónico ou até mesmo do celta e do folk. «Somos ecléticos e tocamos um pouco de tudo, mas o verdadeiro desafio foi tocar temas que a maioria das bandas não toca», explicam Alberto e Beto. Optaram por um caminho mais «alternativo», para evitar velhas frases como “todas as bandas de covers tocam isso”. «Talvez por isso sejamos mais intimistas nas escolhas musicais que fazemos. Fazemo-lo com gosto», admite o duo.
Quem os ouvir, tem de certo encontro marcado com Billy Idol, Snow Patrol, Coldplay, Smashing Pumpkins, Jorge Palma, Rui Veloso, entre tantos outros. Nos últimos meses têm passado por vários cafés da cidade, com concertos acústicos. E no próximo sábado atuam em Vilar Formoso. Mas, afinal, como é fazer música no interior do país? «É bom… Não podemos dizer que não!», garantem. Os dois jovens reconhecem que no litoral poderá haver mais oportunidades, mas assumem que haverá também um mercado «mais concorrencial». «Tem prós e contras, com certeza. Há certamente mais trabalho em grandes cidades como Lisboa, Porto, Coimbra, Aveiro ou Faro, mas aqui faz-se com outra graça, porque são meios mais pequenos, mais acolhedores», confessam. É precisamente a união e a amizade entre músicos da Guarda que os The UnderCovers destacam: «Aqui somos todos amigos, todos unidos e isso é tão bom», acrescentam ainda.
Apesar de serem uma banda de “covers”, já têm alguns originais, «uns mais trabalhados do que outros». O seu objetivo é mesmo compor originais: «Mas é um trabalho que requer mais calma e concentração», defende o duo. Por agora, seguem no mesmo caminho e pretendem continuar a dar música intimista à cidade. «Tocar em acústico, com ambientes calmos, com gente que gosta de música…». E sempre a fazer jus ao conceito “Carpe Diem” [Aproveita o dia], tal como no primeiro concerto.