1. A profunda crise em que o país mergulhou é apenas parte das dificuldades em que o interior vive há muitos anos. Aliás, e para além da larga recessão em que vivemos, Portugal vive o ciclo negativo, porventura mais profundo que outros, mas de que acabará por se levantar (na opinião dos mais pessimistas depois de muitos anos de austeridade). Mas o mesmo não se poderá dizer sobre o interior. Os problemas da interioridade são profundos, estruturantes, destrutivos e não têm inversão. Isto é, Portugal acabará, mais tarde ou mais cedo, por inverter a tendência negativa e, mesmo sendo verdade que temos um défice crónico, voltará a crescer. Mas o interior não. Não há, nem se vislumbram medidas ou planos para estancar esta fuga continua ou para sequer acreditar que alguma coisa poderá medrar e crescer no interior.
Perante o estado calamitoso do país e da região as boas notícias devem ser superlativamente consideradas. A Coficab, uma das últimas indústrias da Guarda, foi considerada a segunda melhor empresa portuguesa em termos de performance económica. A fábrica situada em Vale de Estrela conta com 250 trabalhadores e um volume de negócios de cerca de 172 milhões de euros, e a sua performance económica é apenas ultrapassada pela Autoeuropa.
Em qualquer momento os resultados da Coficab deveriam merecer a nossa admiração, mas considerando o estado crítico das empresas, o desemprego com taxas históricas e a falta de perspetivas, é extraordinário que a empresa tenha este desempenho e continue a criar emprego e riqueza na região. Esperemos que por muitos anos.
2. Em contraciclo, o jornal O INTERIOR teve nos últimos meses um crescimento muito positivo. A edição normal do jornal esgotou em muitos quiosques ou pontos de venda nas últimas semanas (sabemos que isso aconteceu nomeadamente pelo impacto de algumas notícias – as semanas que as vendas mais cresceram tinham, em destaque de primeira página, por exemplo, notícias tristes como os acidentes de tráfego que vitimaram pessoas na estrada municipal 530, em exclusivo, ou na A23; ou a antecipação de notícias políticas como a “retirada” de Joaquim Valente ou a informação em primeira mão e sem condicional da demissão de Ana Manso da ULS Guarda…), mas um jornal é isso mesmo, vive dos seus conteúdos, das notícias (mesmo que trágicas) e opiniões e tem o impacto na sociedade em conformidade. Por isso, pelo mérito do trabalho dos seus profissionais, que todas as semanas abnegadamente procuram informar o melhor possível os leitores, o jornal O INTERIOR afirma a sua maioridade e crescimento conseguindo contrariar a tendência de perca de leitores que é transversal a todos os jornais.
Essa afirmação é facilmente mensurável na Internet onde a audiência tem crescido continuamente e como confirma o Google Analylitics. Em novembro, ointerior.pt teve mais de 62 mil visitas e está entre os sites com mais visitantes do interior do país, de acordo com o ranking Alexa (em análise, no distrito da Guarda, só os portais do IPG e da Guarda Digital têm mais visitantes).
Estes resultados valem o que valem… e são relevantes especialmente para nós, mas confirmam que O INTERIOR é não apenas o melhor jornal da região, mas também o mais reconhecido, lido e visitado (online) órgão de comunicação social do distrito da Guarda.
Obrigado aos leitores e amigos pela escolha e confiança, votos de Feliz Natal para todos.
Luis Baptista-Martins