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O rei do tecno-árabe atua no TMG

Omar Souleyman, um dos músicos mais surpreendentes da “world music” atual, está sábado na Guarda

É música das arábias com batida tecno que Omar Souleyman traz ao TMG no sábado à noite. Depois de uma carreira de sucesso em festas de casamento, o cantor sírio virou-se para a música eletrónica em 1994.

Com mais de 500 cassetes gravadas no seu currículo, que eram depois oferecidas aos noivos, o profícuo Omar Souleyman é considerado uma lenda no seu país, onde as suas demos são vendidas ou trocadas em quiosques de rua. É a quarta vez que atua em Portugal, depois de concertos em Lisboa e Porto (2010) e no festival de Paredes de Coura no verão passado. O músico, de 44 anos, ficou mundialmente conhecido após assinar pela editora norte-americana “Sublime Frequencies” em 2006. Desde então lançou quatro discos – “Highway to Hassake” (2006), “Dabke 2020” (2009), “Jazeera Nights” (2010) e, este ano, “Haflat Gharbia – The Western concerts”, com o melhor dos seus concertos pelo mundo. Recentemente, participou no novo disco de Björk – que o descobriu no Youtube –, a editar até ao final do ano, onde assina várias remisturas para temas de “Biophila” que foram incluídas no disco “Crystalline Series”.

O dabke, música festiva tradicional do Médio Oriente que se dança em círculo, é o principal ingrediente do estilo de Omar Souleyman. O resto são um ritmo diabólico, sintetizadores estridentes e repetitivos e uns toques de “oud”, o alaúde árabe. A crítica especializada reconhece que o resultado é um pouco “kitsch”, mas ressalva que este tecno-árabe é poderoso, além de verdadeiramente surpreendente. Recentemente, o jornal francês “Le Monde” descrevia este sírio como sendo «meio animador de casamentos parecido com o Saddam Hussein dos velhos tempos, meio ícone vivo dos “souks” [mercados populares] de Damas [capital da Síria] que tem uma forma particular [minimalista] de estar em palco». O diário fala mesmo em «prestações assombrosas», já que Omar chega a improvisar temas ao vivo. Neste concerto da Guarda, o músico atua acompanhado de Rizan Said (composição e teclado) e Bahjat Ali (saxofone).

Souleyman mistura música tradicional com batidas modernas e repetitivas

O rei do tecno-árabe atua no TMG

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