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«O radão tem muito a ver com os hábitos das pessoas»

Professora Alina Louro voltou a defender que «não há razão para alarmismos» na Guarda

«Do ponto de vista de saúde pública não encontrámos nenhuma relação de causa-efeito entre as concentrações de radão e o desenvolvimento de determinadas neoplasias». Na semana passada, Alina Louro voltou a defender que não há razão para «alarmismos» no que concerne à presença de radão nas habitações do concelho da Guarda durante uma palestra proferida na Escola Superior de Saúde do Instituto Politécnico da Guarda.

A professora da Secundária Afonso de Albuquerque disse aos estudantes que não havia motivos para preocupação e sustentou que «o radão tem muito a ver com os hábitos das pessoas», indicando que durante o estudo efetuado no final de 2009 encontraram «casas totalmente fechadas e calafetadas». Deste modo, o radão «entra e não sai», daí ter alertado para a importância de se «arejar as habitações». A docente lembrou que no estudo realizado em 185 casas da cidade e aldeias periféricas se chegou à conclusão de que «não poderíamos associar valores de concentrações a determinadas localidades» porque «em cada local existe uma variação enorme». Constatou-se então que houve uma «grande heterogeneidade de valores que se prende com fatores como a tipologia das habitações, o abastecimento de água, o material de construção e os hábitos dos habitantes» e, «mais uma vez, se demonstrou que não existem locais preferencialmente radioativos na Guarda».

Alina Louro salientou também que, «do ponto de vista de saúde pública, não encontrámos nenhuma relação de causa-efeito entre as concentrações de radão e o desenvolvimento de determinadas neoplasias». Assim, «não há estatística» que lhe permita dizer que «há neoplasias na Guarda que são devidas ao radão, por isso não se justificaria um trabalho mais profundo porque não há uma incidência aumentada na Guarda» desse tipo de doenças. Salientou também que o trabalho académico «não está concluído» e como «não vimos de antemão motivos para grande alarmismo, achámos que o trabalho podia seguir o seu percurso normal». Ainda assim, considerou que o estudo foi «importante, pois vamos estar mais despertos para este tipo de situações e eventualmente analisar mais casas», embora isso dependa dos «condicionantes económicos». A investigadora adverte que não pode dizer que «não há risco para a saúde pública», mas em virtude de não ter sido detetada uma relação entre o radão e o desenvolvimento de problemas respiratórios assume que «não temos casos que justifiquem o alarmismo».

Ricardo Cordeiro Docente frisou que não se pode associar valores de concentrações a determinadas localidades

«O radão tem muito a ver com os hábitos das
        pessoas»

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