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O Principezinho no reino de Aragão

Agora Digo Eu

A história de hoje tem a ver com aquele príncipe que vivia no seu pequeno planeta e passava os dias a cuidar dos seus vulcões e do seu pequenino jardim onde havia apenas e tão só uma rosa. Um dia, cansado de tanta nostalgia, resolveu saltitar por todos os planetas vizinhos. Deixou para trás os seus encantos e paixões, partiu da sua cidade jardim, abandonando por completo a sua rosa de estimação, que entretanto murchou e morreu.

O sonho transformou-se em realidade. Ultrapassou os limites daquele espaço onde nasceu, deu aso à imaginação e com enorme vontade de descobrir novos mundos, aceitou todos os desafios, procurou outras e novas aventuras.

Durante este périplo e logo no primeiro planeta que visitou conheceu um rei. O principezinho não gostou nada dele porque era um homem que só sabia mandar e dar ordens e era muito admirado e aplaudido. Ele ali não tinha lugar. Então, o nosso rapaz partiu para outro planeta onde o aguardavam vaidosos, geógrafos, ideólogos, pilotos, pouca gente empreendedora, local pouco interessante e aí achou que não devia perder tempo. E, tal como na estória de Saint Exupéry, o protagonista foi saltitando de planeta em planeta, de aventura em aventura, até que chegou ao último deles todos: a Terra.

Aqui conheceu inúmeras pessoas, achou interessante o lugar, fixou-se no reino de Aragão, outrora dominado por Raimundo Berengário, começou por alindar o local, criar a festilândia, contestando tudo o que fosse a bucólica ideia da rosa, apostando numa quinta onde a laranja haveria de ser dona, senhora e rainha e, com a ajuda de alguns pregoeiros da divulgação, conseguiu conquistar o coração do povo.

Com o passar do tempo, e porque não há bela sem senão, e claro está, nem tudo são rosas, a administração do plantado laranjal começa a ter espinhos e, ao que parece, agora, algo vai mal no reino da Dinamarca.

Alguns ajudantes da quinta em vez de regar o laranjal com águas aragonesas do Rio Túria, apostaram em águas de um outro rendeiro, oriundo de Santana lá prós lados da Figueira da Foz e aí foi ver cair o Carmo e a Trindade e, em reinos de Aragão, o principezinho sentiu-se traído e humilhado e quererá, seguramente, apostar num novo caseiro (da sua confiança) para administrar a tal quinta onde as laranjas aragonesas se estão a transformar, percebendo que começam a ter aquele travo amargo muito parecido ao do limão.

Esta história não termina aqui. A procissão vai no adro e os santos ainda nem sequer saíram da capela. Assim, vamos aguardar, com alguma paciência, os novos capítulos desta nova telenovela deveras interessante, onde o principezinho, nos ainda reinos de Aragão, é protagonista.

Nota: Qualquer semelhança com pessoas ou locais terá de ser considerada uma mera coincidência.

Por: Albino Bérbara

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