Esta é a época em que o mundo cristão comemora o nascimento de Jesus, que em cada ano que passa vai nascendo de novo dentro de cada um, porém, o mundo acrescenta a este aniversário a entrega dos presentes, hoje cada vez mais destinados às crianças ou simbolizados em atitudes e atos de confraternização onde o mundo vai evidenciando novas necessidades de conforto. Os pais com filhos desempregados ambicionam poder oferecer-lhes o emprego, mesmo depois de termos recebido do nosso primeiro-ministro como presente de Natal um conselho aos professores desempregados para emigrarem. Esta afirmação cai mal não porque é Natal, mas porque há nesta afirmação uma falta de visão de desenvolvimento para o país, num clima que é de facto de austeridade. Não se pode sugerir de ânimo leve a emigração a quadros superiores, num país onde a escolaridade é tão importante para se mudar o tecido produtivo.
Este é o resultado de um país projetado com base nos licenciados e não nas pessoas, sabemos que um licenciado não adquire na universidade qualquer ferramenta que o torne empreendedor, ele não tem a mínima ideia do que é um mercado, como se sente a necessidade de um produto, como se faz. Ele necessita que alguém lhe dê emprego e quem lho dá são pessoas que criaram empresas com a sua genialidade e quase nunca com uma licenciatura. Olhemos à nossa volta e constate-se quantas empresas industriais, não de serviços, foram criadas por pessoas com grau académico superior, quantas, algumas que têm já licenciados na sua administração, foram herdadas ou compradas em laboração.
Até ao Conselho de Ministros extraordinário esperámos do Governo um presente de Natal para 2012, mas a angústia (re)instalou-se… Veio pela voz de Miguel Relvas, que diz que 2012 «será um ano extraordinariamente difícil». Com estes sinais torna-se cada vez mais importante encontrar soluções que minorem os problemas das consultas públicas de saúde ao mesmo preço das consultas privadas, tudo para salvar e financiar o sistema nacional de saúde; as portagens das ex-Scut que nos afetam diariamente na A23 e A25. Está a ser dado um grito de revolta, cada vez mais forte, vindo especialmente das empresas que se sentem ameaçadas na sua continuidade. Valerá a pena a aplicação da premissa “utilizador-pagador”? Na minha opinião, o custo para a região e para o país será muito penoso financeiramente, creio que não vamos conseguir resistir sem medidas de descriminação positiva mais assertivas.
Neste seguimento, no vídeo de Boas Festas que foi colocado no dia 16 na página da Presidência da República, Cavaco Silva deseja «um ano de 2012 tão bom quanto possível», é incrível… como é possível que não haja um único reforço positivo, será que o senhor Presidente da República se está a demitir das suas responsabilidades para com todos os portugueses. Por favor, é urgente que reformule a afirmação, pois deste órgão precisamos de ouvir «sim, farei o possível para que 2012 seja um ano melhor». Na verdade, essa frase mudaria tudo.
Só já faltava que o Presidente da Câmara viesse comunicar que por causa do valor investido no “Globo de ouro”, mesmo a 20% que corresponde mais ou menos a 13 mil euros, o que é muito dinheiro, não iria haver “O Madeiro” – isso não… Mesmo vindo de uma Câmara que nos habituou a gastar, a contratar e a adjudicar… Sempre pelo preço e proposta mais cara… Quase que já ninguém se admirava.
Um reforço positivo veio pela mão de Américo Rodrigues, a ideia do “Ar puro da Guarda” não é nova, mas é sim inovadora a ousadia de mostrar que as gentes da nossa terra são criativas e empreendedoras. Pela primeira vez ouvi da parte de colegas de trabalho na cidade do Porto afirmações como: «Grande ideia… Excelente dinâmica criativa», ao verem a reportagem da TV. A ideia é excelente e temos que nos afirmar, pois esta dinâmica serviu para que outros conheçam quem somos, o que temos de melhor e é sem dúvida um forte desafio à atratividade turística e por isso a ideia é de/ou GENIAL. Na verdade, já todos ouvimos dizer aos ingleses que se os portugueses soubessem o valor do sol que abunda no nosso território, embalavam-no para vender em Inglaterra. Vender esta ideia é sem dúvida vender a Guarda ao turismo de que tanto necessitamos.
E é neste contexto positivo que manifesto as Boas Festas, desejando a todos um Santo Natal.
Por: Cláudia Teixeira
* Deputada do CDS-PP na Assembleia Municipal da Guarda