No passado dia 6 de Outubro dei entrada nas urgências do Hospital Sousa Martins da Guarda, com uma cólica renal. Fui observada e medicada convenientemente. Algum tempo depois necessitei de ir à casa de banho trocar de penso higiénico. Como o não tinha, pedi-o a uma enfermeira que logo se prontificou a ceder-mo, mas ao abrir o armário ficou boquiaberta e disse não há, virou-se para uma auxiliar de saúde que logo de imediato lhe disse não há, apenas há fraldas, a senhora que coloque uma.
Recusei-me a fazê-lo.
Algum tempo depois voltei a renovar o meu pedido a um enfermeiro que fez a mesma pergunta à mesma auxiliar, obtendo a mesma resposta negativa. Entretanto passa no corredor a funcionária de relações públicas a quem comunico o meu pedido, fez o mesmo que os outros e verificou que no armário não existiam pensos higiénicos. Já desanimada decidi pedir-lhe para transmitir o pedido ao meu marido que esperava cá fora. De regresso à nova visita social, a funcionária comunicou-me que o meu marido já não se encontrava na sala de espera, mas que ela iria ver se alguém lhe daria um. Alguns minutos depois apareceu com um “troféu” nas mãos dizendo-me que uma alma caridosa lho tinha dado. Foi naquele momento que me ocorreu ouvir dizer a um dirigente do nosso país que «o país está de tanga», mas a mim apetece-me gritar bem alto que o país perdeu a tanga e ficámos apenas com a parra que embeleza apenas a frente e não deixa ver a falta de humanidade, de responsabilidade e de serviço que está por trás.
M. Reinas, Guarda